segunda-feira, 18 de maio de 2009

Escolas matam a criatividade

Mais um post sobre educação (depois deste, deste, deste, deste, deste e -finalmente- deste)... Eu sei, somos chatos...

Nesta palestra, Ken Robinson defende que é necessário mudar drasticamente o sistema de ensino na nossa sociedade. É preciso dar asas à criatividade! Tal como ele, eu sinto que este tipo de ensino é adequado para produzir máquinas, autómatos, desprovidos de criatividade e capacidade de inovação. O que não é surpreendente, pois (em todo o mundo) este sistema foi criado por volta do século XIX com o objectivo de corresponder aos pedidos decorrentes da revolução industrial.

Vejam os vídeos:

1ª Parte



2ª Parte



O que têm a dizer?

3 comentários:

  1. O Ken Robinson foca vários pontos muito interessantes.

    O primeiro é este incutir de falta de criatividade nos miudos. Lembro-me perfeitamente de no 5º e 6º ano ficar encantado a ler os livros de Sofia de Mello Breyner nas aulas, de ter actividades tipo biblioteca de turma, onde partilhava-mos livros entre os alunos. Lembro-me também de no 7º ano ficar fascinado com a leitura da grande viagem de Ulisses. E a partir dai o que aconteceu? Comecei a ter de contar rimas, a saber como estas se chamavam, a ter de dar nomes a recursos estilisticos sem sequer me preocupar em pensar que criatividade eles traziam ao texto. Porquê? Porque é que muitos educadores deixam de se preocupar em tentar perceber a criatividade dos alunos? Porque os tratam como uma massa uniforme classificada com um numero? A minha percepção é que o sistema educativo os impssibilita...

    No outro dia discutia este assunto com uma amiga minha que estuda teatro. Ela estava a fazer uma acção de divulgação pelas escolas e os professores levavam lá os alunos todos ao monte. Resultado: os alunos, por "solidariedade", i.e. pelas suas personalidades serem dominadas por outros alunos tipicamente não interessados em nada, faziam de conta que o teatro não lhes chamava a atenção. Isto é completamente aceitável. São crianças. A minha pergunta era: porque não levou o professor levar apenas aqueles alunos em que ele poderia notar um vocação para o teatro? A razão é simples: muitas vezes os educadores não conhecem os seus alunos. Como pode um sistema educativo fomentar este tipo de educação? Porque não deixarem os professores acompanharem os alunos durante 3/4 anos? Em vez disso tem-se professores de um ano (quando não são substituidos de 3 em 3 meses...) que mal conseguem conhecer os alunos, quanto mais impor um estilo que os alunos possam adoptar.

    Numa segunda nota, ele foca a falta de actividades artisticas nas escolas. Este secalhar é a única coisa que eu vejo de positivo no sistema educativo dos USA. Para os alunos de lá é extremamente importante ter não só um bom curriculo académico, mas também ter um bom curriculo de actividades extra-curriculares. Ora este não é um sistema ideal, mas pelo menos é um ponto de partida para ajudar os miudos a descobrirem aquilo um monte de mundos novos. E talvez aí encontrem e descubram que nem só de teorias matemáticas cristalizadas vive o homem.

    Certamente a arte é muito mais da vida e da essência do homem que a ciência.

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  2. Ora aqui está um ponto necessário na nossa educação, a criatividade!
    Mas é impossível ser criativo com 8 horas numa escola e 13 disciplinas!
    No entanto é necessário aprender algo mais do que dançar, pintar ou fazer desporto.
    E Sr. Robinson, deixe-me negá-lo! Tive muitos professores de matemática que eram músicos brilhantes.

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  3. "E talvez aí encontrem e descubram que nem só de teorias matemáticas cristalizadas vive o homem."

    Muito bom, João :-)

    O que descreves ou propões, João, tem o entrave que tu, Beto, referes. Daí eu achar muito interessante a proposta que o Beto apresentou, porque permite aos alunos focarem-se nas matérias fundamentais e simultaneamente libertá-los para um tipo de ensino mais criativo e personalizado, em que é o aluno que persegue a sua própria explosão criativa.

    Bora mandar um mail à querida Maria de Lurdes Rodrigues?

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