quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Stand up!

Stand up for what you believe – Poderia até ser uma das nossas resoluções de ano novo, embora o significado neste contexto seja a reflexão sobre a situação do País. Falo, claro, das Eleições Presidencias que tanto estão a abalar o cenário nacional antes do novo ano.

A grande questão que devemos questionar os candidatos ao cargo de Presidente da República é: Qual será o papel do PR perante um governo instável numa Europa em plena crise social e em decadência do Estado Social?

Aproveito para dizer que não apoio nenhum candidato, tanto da esquerda como da direita nestas eleições.

No debate entre Manuel Alegre, candidato do Partido Socialista e do Bloco de Esquerda, e o Cavaco Silva, candidato do Partido Social-Democrata e actual Presidente da República, deduzimos que não temos candidatos ao nível mínimo requerido numa época de crise. A verdade é que acusar um de ser insultoso ou de não responder as perguntas, como o Sr. Cavaco Silva proferiu no debate só demonstra o papel decadente da nossa classe política.
Aquando da pergunta sucessiva da entrevistadora sobre as taxas moderadoras serem aplicadas a desempregados, a resposta do actual PR foi de que temos um bom sistema nacional de saúde, demonstrando que o nosso Presidente da República não está a cumprir a constituição.
Transcrevo a Constituição da República Portuguesa:

Artigo 64.º
(Saúde)

1. Todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover.

2. O direito à protecção da saúde é realizado:

a) Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito;

b) Pela criação de condições económicas, sociais, culturais e ambientais que garantam, designadamente, a protecção da infância, da juventude e da velhice, e pela melhoria sistemática das condições de vida e de trabalho, bem como pela promoção da cultura física e desportiva, escolar e popular, e ainda pelo desenvolvimento da educação sanitária do povo e de práticas de vida saudável.

3. Para assegurar o direito à protecção da saúde, incumbe prioritariamente ao Estado:

a) Garantir o acesso de todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica, aos cuidados da medicina preventiva, curativa e de reabilitação;

b) Garantir uma racional e eficiente cobertura de todo o país em recursos humanos e unidades de saúde; (Exemplo de variadíssimos lugares em Portugal onde não existem regularmente um médico)

c) Orientar a sua acção para a socialização dos custos dos cuidados médicos e medicamentosos;

d) Disciplinar e fiscalizar as formas empresariais e privadas da medicina, articulando-as com o serviço nacional de saúde, por forma a assegurar, nas instituições de saúde públicas e privadas, adequados padrões de eficiência e de qualidade;

e) Disciplinar e controlar a produção, a distribuição, a comercialização e o uso dos produtos químicos, biológicos e farmacêuticos e outros meios de tratamento e diagnóstico;

f) Estabelecer políticas de prevenção e tratamento da toxicodependência.

4. O serviço nacional de saúde tem gestão descentralizada e participada.

Vejamos: As taxas moderadoras são “previstas” na Constituição, mas também encontra-se designado que devemos ter em conta a situação social e financeira dos cidadãos. Então as taxas moderadoras são anti-constitucionais no caso dos desempregados sem possibilidade de pagamento ou dos reformados com rendimentos abaixo do salário mínimo. Agora questiono: qual é a diferença desta resposta e a do PR? Fácil, um é demagogo, outra vai ao ponto e responde.

E perante os “insultos” proferidos por Manuel Alegre, manteve sempre a figura de coitadinho e de criança da creche. Só que as crianças da creche são mais inteligentes que respondem sim ou não quando lhes questiona algo.

Isto não é uma defesa nem um ataque ao PR, é apenas e simplesmente uma declaração de alguém que não vê candidatos com força suficiente para ser PR e se o actual Presidente da República não conhece profundamente a sua constituição, que diz ter jurado, então façam as malas e vão para Angola que lá pelo menos sabem que vós enganam.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Via Verde

Em Junho último, com o anúncio da colocação de portagens em redor de Aveiro em Julho, tratei de subscrever um identificador Via Verde. Não recebi qualquer resposta nem identificador.

Em Novembro, após a introdução das referidas portagens, fiz o mesmo. Recebi uma carta da Via Verde indicando que deveria pagar 25 Euros pelo identificador e que receberia o identificador 10 dias após pagamento. Referia apenas 10 dias, e não 10 dias úteis. Fiz o pagamento no dia 24/Nov e até hoje (16/Dez) ainda não recebi o identificador.

Hoje, 16/Dez, telefonei para a Via Verde e quem me atendeu, após recolher o número de adesão, demorou um bocado a saber o que se passava e depois disse-me que o identificador tinha sido emitido hoje mesmo. Fantástica coincidência, ou premonição minha? Não creio em nenhuma destas hipóteses. Creio que o que aconteceu é que ele foi emitido hoje (o que quer que isso signifique) apenas porque telefonei, 22 dias depois de o pagar. E nada mais, para além de lamentarem o atraso.

Já não chegava o custo excessivo que são as taxas de alguns troços das ex-SCUT, da vigarice que são as taxas que se pagam no correios quando não se dispõe do identificador, do facto de não se poder usufruir das descriminações positivas sem o identificador e a Via Verde ainda tem esta desfaçatez. Até quando continuará este comportamento abusivo e de desprezo pelos clientes?