domingo, 27 de fevereiro de 2011

Sugestão de leitura...

Meus caros, aqui vos deixo uma sugestão de leitura para um fim de semana de sol como este...

O cão de Sócrates

A primeira pergunta que eu me fiz, foi: quem terá escrito esta belíssima sátira? E, passados uns meros segundos obtive a seguinte resposta... Qualquer um dos 10 Milhões de portugueses. Na verdade este livro está longe de ser uma sátira, parece-me mais reflexão sob o estado do nosso país!


Quem estiver contra, ri-se... quem estiver a favor, revolta-se!
A não perder!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A Via Verde, a SIBS e os limites do surrealismo

Imagine que, por uma razão qualquer, associa um seu cartão multibanco (MB) a um identificador Via Verde. Pode fazê-lo facilmente numa caixa multibanco. Só precisa de saber o número do identificador e ser dono do cartão MB. Não precisa sequer de ser dono do identificador, para a Via Verde o que interessa é que haja quem pague, não interessa quem.

Como eu disse acima, para a Via Verde o que interessa é que haja quem pague, não interessa quem. E a última coisa que eles querem é que não haja quem pague. Portanto, não querem de forma nenhuma que haja identificadores sem uma conta de débito associada. E, portanto, não permitem que um cartão MB seja desassociado de um identificador Via Verde. Pode-se associar outro, mas não desassociar o actual.

Esta situação é inqualificável. Imagine, por exemplo, que as empresas de aluguer de automóveis facultavam um identificador em cada viatura e que o alugador, no acto do aluguer, associava o seu cartão MB ao identificador. Uma vez terminado o aluguer, o alugador não poderia quebrar o vínculo ao identificador de Via Verde, ficando refém do que no futuro terceiros fizessem com o identificador.

Como já devem estar a calcular, passei por esta necessidade (de anular uma associação entre um cartão MB e um identificador Via Verde) e não o consegui fazer. Num terminal multibanco tal não é facultado. No banco emissor do cartão é totalmente impossível, porque os pagamentos da Via Verde são feitos por pagamentos de baixo custo, e não por débitos directos, e portanto não é possível fazer qualquer controlo do lado do banco (nem sequer é possível proibir os pagamentos de baixo custo). Contactado o apoio ao cliente telefónico da Via Verde, e depois de uma longa e tensa conversa, foram-me dadas três soluções: (1) pedir ao dono do identificador para associar outro cartão MB, (2) pedir ao banco para não fazer os pagamentos ou (3) anular o cartão. Por mais que eu lhe explicasse que a solução 1 dependia de terceiros e não me dava garantias, a solução 2 não é possível e a solução 3 obviamente não me agrada nem me é conveniente, a senhora recusou-se a reconhecer os meus argumentos e repetiu ad náusea essas três soluções.

Uma vez que o banco não me podia resolver o problema e a Via Verde não me queria resolver o problema, contactei a SIBS por mail. Numa primeira resposta, foi-me dito (sic) “Em caso de cancelamento deverá solicitar à Via Verde.”. Respondi que já o tinha feito e que a minha pretensão não tinha tido acolhimento. Numa segunda resposta, foi-me dito (sic): “Por requisitos do serviço não é possível a sua desassociação/cancelamento via MB. Sugerimos que entre em contacto com a Via Verde a fim de procederem ao cancelamento do identificador.”. E assim atingimos o domínio do surrealismo!

A conclusão desta iniciativa é que uma vez associado um cartão MB a um identificador Via Verde, a associação só pode ser quebrada sem substituição se se: (1) anular o cartão ou (2) cancelar o identificador.

Será que estou a exagerar ou estamos perante um claro abuso por parte da SIBS e da Via Verde? Notem que a principal responsabilidade é da SIBS, porque apenas usando os métodos de verificação de posse de um cartão MB (PIN) é possível fazer a desassociação, a Via Verde dificilmente o pode fazer porque poderia abrir o flanco a iniciativas de negação de prestação de serviço. Mas obviamente não interessa à Via Verde que se faculte a desassociação, e portanto a SIBS não o faculta a pedido do cliente (Via Verde). E, claro, quem fica prejudicado é o cliente de todo este sistema!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

O nosso salário também está muito abaixo daquilo que se paga lá fora...

António Mexia, presidente da EDP, recebeu mais de 3 milhões de euros em vencimentos, no ano 2009.
Segundo o próprio, numa entrevista ao DN e à TSF para o programa ‘Gente que Conta', este valor refere-se ao vencimento de 2009, à remuneração variável de 2009 e aos prémios de 3 anos e "está muito abaixo daquilo que se paga lá fora".
Pois bem, Sr. Mexia, o salário da maior parte dos portugueses está muito, mas mesmo muito abaixo daquilo que se paga lá fora, Diria eu, que o seu salário é pelo menos comparável àquilo que se paga lá fora, enquanto que o salário de muitos dos seus concidadãos nem sequer é comparável.
Sr. Mexia, acrescente-se que não me causa inveja nenhuma o Sr. ter um salário tão elevado como o seu, tenho é muita raiva por pagar uma das electricidades mais caras da Europa e que cerca de 40% da minha factura de electricidade não seja sobre a electricidade. Assim como muitos portugueses o sentirão, eu também sinto uma raiva enorme por o Sr. vir para uma entrevista defender a sua remuneração astronómica, com argumentos inválidos para a população portuguesa. Quantos dos seus colaboradores ganham acima do que se paga lá fora? Quantos dos funcionários da empresa a que preside ganham acima do que se paga lá fora? O que o Sr. quer? Mais dinheiro? Os seus colaboradores e funcionários também querem!