Meu Deus!
Vi para aqui tanta coisa escrita que não me consigo conter... Não porque me tenha sentido lesado (muito pelo contrário), mas porque senti a minha profissão atacada! A profissão pode não ser tão nobre como era em mil e novecentos e troca o passo, mas daí a generalizar todos os professores na figura do Sr. Nogueira ou da Sra. Professora do Sexo vai uma grande distância!!! Nós não somos todos assim, os 150mil professores também pensam, têm opinião própria, cometem erros (como todos os profissionais), mas esforçam-se por gerar um bom ambiente de aprendizagem para os vossos (ou será nossos?) filhos!
Claro que dentro dos 150mil há bons e maus profissionais, mas nos bancários também há bons e maus profissionais, nos médicos, engenheiros e arquitectos, nos enfermeiros, varredores de rua ou mecânicos também os há! Problema?! São dois: a classe dos professores é e será sempre vista como a classe dos inimigos, uma vez que enquanto somos estudantes são apenas os professores que não nos permitem fazer aquilo que queremos. Assim, temos sempre um exemplo para afirmar contra os professores. O outro problema é que atravessamos uma fase em que especialista ou não, toda a gente sabe falar de educação, mesmo que nem o seu filho saiba educar! E digamos que numa conversa de café fica sempre bem falar mal do professor X ou Y, logo atrás de falar mal do árbitro A ou B...
Mas cá estou eu a fazer um mea culpa pela classe a que pertenço! Temos maus profissionais na classe e ainda não conseguimos lidar de forma correcta com este facto! Mas qual é a classe que o consegue fazer? Qual é a classe que pode garantir que todos os maus profissionais encontrados são expulsos ou então corrigidos de forma exemplar?
Com isto tudo quero apenas fazer um pedido... Moderem um pouco a forma como falam dos professores de uma forma geral. Se têm algo de mal para dizer, procurem falar de forma mais particular... Somos 150 mil (fora os que estão desempregados) e não somos todos maus!!
P.S.: Segue em breve a resposta ao Rui com um post dissertando sobre a (necessidade da) criação de uma Ordem dos Professores.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
For the sake of perspective...
ResponderExcluirAcho que podia ser interessante escreveres um post sobre a comparação da tua visão sobre a classe docente antes e depois de lhe pertenceres. Gostava de perceber se é ou não coerente, porque todos nós temos uma visão viciada, consoante a perspectiva fornecedor/consumidor.
A nossa perspectiva é obviamente diferente de alguém que trabalha como docente. E, verdade seja dita, muitas vezes somos demasiado criticos em relação a esta profissão. Por isso tive o cuidado de tentar não generalizar os comentários do meu ultimo post, embora me pareça que isso não tenha servido de muito :)
A minha desconfiança em relação à classe docente vem do facto de estar estar demasiadamente politizada (alguém discorda disto?). Nas últimas manifestações de professores, foi isto que mais sobressaiu (mais uma vez, isto sou eu a interpretar o que vejo): uma classe politica.
Não sou professor, mas também no meu trabalho sofro de falta de produção por ter de lidar com burocracia, também entro regra geral 9:00/9:30 no trabalho e nunca saio antes das 19:30/20h (quando não são 22h e 23h).
Por isso é que penso que as pessoas não deveriam por tantos entraves a politicas que tentam melhorar o sistema de ensino, apesar de isso afectar a sua qualidade de vida. Não será o preço a pagar por um sistema mais democratico?
Gostei da tua proposta para um futuro post e vou aceitá-la!
ResponderExcluirMas temo que já tenha escrito demais sobre Educação só nos últimos dois dias! Assim, vou deixar passar uma semana para o pessoal atirar pedras, paus ou o que quiser, para deixar assentar a poeira e não maçar demasiado os nossos leitores! Depois abrirei a alma para falar da minha visão antes e depois de ser professor!
Acho que já tivemos esta discussão, Beto :-) É exactamente por a grande maioria dos professores serem profissionais dignos e capazes, é exactamente por se tratar de uma profissão digna e crucial na sociedade, que a forma como comunicam com o público em geral tem de mudar radicalmente. É exactamente para elevar o estatuto da classe que ela deve ser avaliada, por exemplo! É exactamente para reconhecer o mérito e a qualidade que a carreira deve ser hierarquizada e com a subida na hierarquia dependente de algo mais do que anos de serviço!
ResponderExcluirEstou do teu lado: hoje todos sabem falar de educação, mesmo que nem os filhos saibam educar. Mas isso faz parte do jogo, Beto. Visto de cima, isto trata-se de um negócio: os professores os fornecedores e os pais e alunos os clientes. E daí que o cliente tenha o direito de criticar e opinar (juntamente com o dever de o fazer de forma adequada, o que é esquecido).
E como nessa discussão te disse, a classe não está a conseguir mudar a imagem que a sociedade tem dela. Pior ainda: está a piorá-la! E isso sobretudo deve-se à acção sindicalizada e não-negociante que temos vindo a assistir! Deve-se, sobretudo, à Fenprof e ao seu líder, Mário Nogueira!
A imagem que tem sido transmitida, quer se queira quer não, é a imagem de uma classe sobre-privilegiada que, ao ver esses privilégios desvanecerem-se, reage como uma criança a quem se lhe tira um rebuçado.
Assim, eu também deixo um pedido (ou vários): acabem com a Fenprof e todos os sindicatos, criem uma Ordem e um Código Deontológico, promovam a excelência na vossa classe!
ResponderExcluirConforme te disse na altura, não me revejo no Sr. Nogueira e muito menos nesta Ministra da Educação! E por mim era colocar ambos a correr por terem gerado tão mal estar na sociedade em torno desta discussão e desta forma terem acrescentado uma montanha de problemas nas escolas!
ResponderExcluirNem mais! Muito mais do que a Ministra, o maior inimigo dos professores tem sido o próprio Mário Nogueira!
ResponderExcluir