quinta-feira, 21 de maio de 2009

AutoEuropa e os sindicatos

Mais uma vez, não há nenhum tipo de dedicação e sacrifício por parte dos trabalhadores para ajudar a salvar a empresa. Os sindicatos, mais uma vez, estão a conseguir fazer o que não queriam: levar aquela gente toda para o desemprego. A empresa faz uma proposta viável - as semanas de trabalho terem apenas quatro dias de laboração em alturas de quebra ou passarem a seis dias, em picos de produção, com os sábados pagos como um dia normal - mas os trabalhadores agarram-se aos seus direitos e não sacrificam nada para tentar salvar o seu posto de trabalho.

Como aqui escrevi, é um cliché dizê-lo, mas aqui aplica-se como uma luva: o trabalhador deve entender que, ao dar o máximo de si para enriquecer o negócio do seu patrão, está ele próprio a criar uma base sólida para o seu futuro. O patrão deve também entender que, ao proporcionar melhores condições ao seu funcionário, está a investir na capacidade produtiva dos seus trabalhadores, o que leva a um crescimento do seu negócio.

Já há algum tempo sinto que o papel dos sindicatos se encontra deturpado e que, em variadíssimas situações, tem sido prejudicial para os próprios trabalhadores. É preciso dizê-lo com frontalidade: muitos dos sindicatos são um cancro para muitas empresas e, consequentemente, para os seus trabalhadores.

4 comentários:

  1. Completamente de acordo.

    O que eu acho é que o governo deveria ter algum modo de interver na socialização do trabalho.

    Acho que o trabalho dos sindicatos é demasiado mau, demasiado descordenado e principalmente demasiado "viciado".

    Ou seja, os sindicatos afastaram-se da realidade das empresas, e afastaram os trabalhadores desta realidade também. Vivem um ambiente pós-revolução constante que já não existe nos dias de hoje.

    Como o Rui refere os direitos dos trabalhadores são tão importantes como os seus deveres para a sustentabilidade das empresas. E os sindicatos deveriam alertar os empregadores que defendem para estas situações, em vez de apoiar trabalhadores que viciam o sistema para dai obterem regalias (não serem produtivos durante a semana para os patroes lhes pediram para trabalhar ao fim-de-semana e receberem 200% e 300% nesses dias é só um dos exemplos).

    Os sindicatos em vez de serem um agente inteligente a quem os trabalhadores poderiam recorrer, são apenas uma máquina semi-partidária, sem uma acção positiva, quer na vida das empresas, quer no desenvolvimento de politicas de empregabilidada.

    Para quando sindicatos sérios? Que saiba promover a unidade entre trabalhores, e entre estes e os quadros superiores das empresas? E já agora, não me recordo bem, mas o governo não queria passar uma lei que um certo numero de empregados de uma empresa se poderia associar e formar um sindicato, a qual foi brutalmente atacada pelos sindicatos actuais? Porque será?

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  2. Os líderes sindicais estão muito mais interessados em manterem os seus privilégios e regalias do que em defender interesses dos empregados. Há décadas são sempre as mesmas caras a aparecer na televisão.

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  3. Concordo totalmente com o post e com os comentários! Sobretudo em alturas de crise há que sacrificar alguns direitos se tal for necessário para manter o emprego. Ninguém está a defender que os trabalhadores passem a ser escravos e abdiquem de todos os seus direitos mas apenas faze-los perceber, de uma vez por todas, que não podem exigir do patrão mais do que ele lhes pode dar e que muitos deles também têm responsabilidades pela situação em que se encontra o patrão!
    Como em tudo em Portugal, passamos do 8 ao 80, passamos de uma situação em que os trabalhadore só tinham deveres para uma em que só querem ter direitos, sem qualquer dever. Enfim. Não pode ser!!!

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  4. Exactamente Nina, do 8 ao 80. Falta-nos cultura democrática, por termos vivido tantos anos em ditadura. Para muitos portugueses, viver em liberdade, é viver em anarquia, não em democracia.

    É esse ponto que nos afasta tanto do resto da Europa. Mas tenho esperança que se vá atenuando com as novas gerações.

    Como tantas vezes digo em conversas: ainda hoje sofremos imenso devido à ditadura...

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