terça-feira, 14 de abril de 2009

Apologia de um mundo em tons de cinza

Acção-reacção: física elementar; Equilíbrio entre reagentes e produtos: química elementar. As manifestações naturais sugerem o mote - buscam-se equilíbrios: individuais e em sociedade. Ao inegável valor da convicção, do idealismo, da manifestação categórica das vontades e desejos, opõe-se a capacidade de cedência, de compromisso, de balanço nas palavras e nos actos. Porque aumentar o contraste preto/branco é aprofundar uma dicotomia redutora; é estimular discordâncias e debate cego; é, em última análise, negar os valores da democracia. Menosprezam-se os argumentos da discórdia, descartando-os. E, não negando a naturalidade da atitude do ser convicto, possa a sociedade dar uso aos sentidos… e ouvir.

Discutamos. Mas estejamos preparados para ceder.

Elimine-se, contudo, o potencial paradoxal deste texto: não se propõe, preto no branco, um filtro cinzento, antes um apelo à moderação. É ela busca sensata do equilíbrio… mas requer, em simbiose, a agitação das vozes quentes: afinal vale o processo e não o fim.

Por isso, dada a apologia, dada a crítica, por conteúdos vagos e sem vontade precisa, talvez valha mais todo um “degradée” de cores…

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