Mais uma vez, vejo-me completamente perdido no que toca à minha decisão de voto nas próximas eleições legislativas. É preciso mudança, sem dúvida. Mas mudar para melhor. E aí reside o meu problema: não vejo isso acontecer na oposição actual ao governo.
Vejamos: PP (entenda-se: Paulo Portas) é um bom demagogo, sem dúvida, mas para governar precisamos de algo mais que demagogia. PCP está claramente desenhado para estar na oposição. Bloco de Esquerda parece um mistura estranha dos dois anteriores: demagogia a rodes mas ainda assim útil na oposição.
Resta-me o PSD. E aí está um grande dilema para mim. Existem no PSD inúmeros indivíduos com capacidade para governar (bem) o nosso país - tal como no PS - mas, sinceramente, não penso que Manuela Ferreira Leite esteja entre esse grupo de pessoas. Por várias razões, uma delas sendo o vago programa do PSD apresentado para estas eleições. Ao ler o programa, eu vejo um conjunto de "visões", boas em geral, mas muito pouco de concreto. Tudo muito vago. Tudo muito no ar. Noto, sobretudo, uma clara tentativa de não se comprometerem com nada, para depois terem margem de manobra. Para que depois ninguém possa cobrar erros e metas por atingir. É uma estratégia, válida como muitas outras.
Eu prefiro alguém que se exponha ao erro. Prefiro alguém que se comprometa com as suas ideias, com as suas visões. Alguém que apresente propostas concretas sobre como atingir as suas metas. Eu prefiro alguém que arrisque o seu nome politico em prol das suas ideias, dos seus ideais. Eu prefiro alguém com coragem, alguém que se exponha porque acredita que pode melhorar o país.
Não vejo isso em Manuela Ferreira Leite. Vejo sim um enorme esforço em agradar ao eleitorado, mas pouca arte em fazê-lo. Por exemplo, vejamos a questão da privatização da segurança social. Manuela Ferreira Leite mentiu no debate com Francisco Louça, ao afirmar que não defende a privatização desta instituição. Basta ler o programa do PSD e ver que a reforma dos Portugueses deve ser crescentemente encarada como uma responsabilidade individual. Isto para não falar das suas declarações em 2008, quando questionada pelos deputados do PSD sobre as funções do Estado, respondeu que começaria por privatizar "aqueles sectores em que os privados já estão, como a saúde a educação". Em que ficamos? Qual é afinal a sua visão, o seu ideal? Ganhar as eleições, certo.
Depois temos as declarações recentes, na visita à Madeira:
A líder do PSD rejeitou a crítica de que existe "asfixia democrática" neste arquipélago, argumentando que "quem legitima o poder é o voto do povo e não está ninguém aqui por imposição, é em resultado dos votos". "Acho que há asfixia democrática no continente", adiantou(...)
Ah, mas então o actual governo foi imposto à força, ou foi eleito pelos espanhóis? Penso que nem vale a pena alongar-me sobre estas declarações, elas são auto-suficientes.
Depois temos afirmações em que diz que não importa se as acusações são verdadeiras, o que importa é a suspeição levantada. Para a auto-proclamada defensora da Politica de Verdade, estas afirmações não fazem muito sentido. Mais uma vez, parece-me pura demagogia. Mas já agora, fica aqui uma coincidência curiosa, que me chegou via a Câmara de Comuns:
Vejamos: PP (entenda-se: Paulo Portas) é um bom demagogo, sem dúvida, mas para governar precisamos de algo mais que demagogia. PCP está claramente desenhado para estar na oposição. Bloco de Esquerda parece um mistura estranha dos dois anteriores: demagogia a rodes mas ainda assim útil na oposição.
Resta-me o PSD. E aí está um grande dilema para mim. Existem no PSD inúmeros indivíduos com capacidade para governar (bem) o nosso país - tal como no PS - mas, sinceramente, não penso que Manuela Ferreira Leite esteja entre esse grupo de pessoas. Por várias razões, uma delas sendo o vago programa do PSD apresentado para estas eleições. Ao ler o programa, eu vejo um conjunto de "visões", boas em geral, mas muito pouco de concreto. Tudo muito vago. Tudo muito no ar. Noto, sobretudo, uma clara tentativa de não se comprometerem com nada, para depois terem margem de manobra. Para que depois ninguém possa cobrar erros e metas por atingir. É uma estratégia, válida como muitas outras.
Eu prefiro alguém que se exponha ao erro. Prefiro alguém que se comprometa com as suas ideias, com as suas visões. Alguém que apresente propostas concretas sobre como atingir as suas metas. Eu prefiro alguém que arrisque o seu nome politico em prol das suas ideias, dos seus ideais. Eu prefiro alguém com coragem, alguém que se exponha porque acredita que pode melhorar o país.
Não vejo isso em Manuela Ferreira Leite. Vejo sim um enorme esforço em agradar ao eleitorado, mas pouca arte em fazê-lo. Por exemplo, vejamos a questão da privatização da segurança social. Manuela Ferreira Leite mentiu no debate com Francisco Louça, ao afirmar que não defende a privatização desta instituição. Basta ler o programa do PSD e ver que a reforma dos Portugueses deve ser crescentemente encarada como uma responsabilidade individual. Isto para não falar das suas declarações em 2008, quando questionada pelos deputados do PSD sobre as funções do Estado, respondeu que começaria por privatizar "aqueles sectores em que os privados já estão, como a saúde a educação". Em que ficamos? Qual é afinal a sua visão, o seu ideal? Ganhar as eleições, certo.
Depois temos as declarações recentes, na visita à Madeira:
A líder do PSD rejeitou a crítica de que existe "asfixia democrática" neste arquipélago, argumentando que "quem legitima o poder é o voto do povo e não está ninguém aqui por imposição, é em resultado dos votos". "Acho que há asfixia democrática no continente", adiantou(...)
Ah, mas então o actual governo foi imposto à força, ou foi eleito pelos espanhóis? Penso que nem vale a pena alongar-me sobre estas declarações, elas são auto-suficientes.
Depois temos afirmações em que diz que não importa se as acusações são verdadeiras, o que importa é a suspeição levantada. Para a auto-proclamada defensora da Politica de Verdade, estas afirmações não fazem muito sentido. Mais uma vez, parece-me pura demagogia. Mas já agora, fica aqui uma coincidência curiosa, que me chegou via a Câmara de Comuns:

Curioso, não é? Não tento com isto afirmar que a Manuela Ferreira Leite seja fascista! Quero apenas alertar para o perigo que advém da demagogia. E também salientar a importância de escolher alguém que se comprometa com as suas ideias, que se comprometa com propostas concretas.
Vamos ver o que acontece nos próximos dias. Talvez Sócrates me convença, talvez Manuela Ferreira Leite mostre que estou enganado. Não me interessa qual, desde que uma delas se verifique. Apenas quero poder votar em alguém em que acredito ser o melhor, e não apenas o menos mau.
Vamos ver o que acontece nos próximos dias. Talvez Sócrates me convença, talvez Manuela Ferreira Leite mostre que estou enganado. Não me interessa qual, desde que uma delas se verifique. Apenas quero poder votar em alguém em que acredito ser o melhor, e não apenas o menos mau.