O PSD ganhou (mesmo com um resultado pior do que em 2004), o PS teve uns dos piores resultados de sempre (pior ainda do que o obtido por Santana Lopes!), o grande vencedor foi o BE (e já agora o CDS, ao derrotar as sondagens). Têm saído inúmeras análises aos resultados, não quero alongar-me por aí (apesar de achar um pouco estranho o proclamado estado de graça do PSD, quando na verdade decresceram em relação a 2004; a derrota do PS reflectiu-se numa distribuição de votos na restante esquerda - sobretudo no Bloco-, não propriamente no PSD).
O que eu quero partilhar convosco é uma acesa discussão a que assisti no domingo de manhã, a propósito das eleições. Não quero fazer juízos de valor, quero apenas partilhar a conversa convosco. Três senhoras estão alegremente a tomar o seu pequeno-almoço, quando uma lança o debate:
Senhora 1: Epá, já foste votar?
Senhora 2: E eu quero lá saber disso!
Senhora 1: Mas tu és burra ou quê?! Tens de ir votar no Sócrates, senão tiram-nos o rendimento mínimo! Tas a dormir, é o que é!
A terceira senhora, visivelmente irritada, decide intervir:
Senhora 3: O quê?! Votar nesse grandessíssimo filho da mãe?! Eu trabalhei uma vida inteira e recebo uma merda de reforma! E vocês, muito mais novas que eu que já não posso, recebem muito mais do que eu pra estar em casa a coçá-la, pra vir pro café fumar e beber o dia todo! Esse filho da mãe que vá pro caralho! Votar nele nem morta! Tenho é de votar para o pôr a andar!
O silêncio instala-se no café. A senhora 3 levanta-se para sair, não sem antes continuar:
Senhora 3: Ide trabalhar que podem muito mais do que eu! Ide gozar com o caralho! Farta de vos ver foder o dinheiro que eu andei tanto anos a descontar estou eu!
E é assim que as coisas vão, no país real. O que me dizem sobre isto?
O que eu quero partilhar convosco é uma acesa discussão a que assisti no domingo de manhã, a propósito das eleições. Não quero fazer juízos de valor, quero apenas partilhar a conversa convosco. Três senhoras estão alegremente a tomar o seu pequeno-almoço, quando uma lança o debate:
Senhora 1: Epá, já foste votar?
Senhora 2: E eu quero lá saber disso!
Senhora 1: Mas tu és burra ou quê?! Tens de ir votar no Sócrates, senão tiram-nos o rendimento mínimo! Tas a dormir, é o que é!
A terceira senhora, visivelmente irritada, decide intervir:
Senhora 3: O quê?! Votar nesse grandessíssimo filho da mãe?! Eu trabalhei uma vida inteira e recebo uma merda de reforma! E vocês, muito mais novas que eu que já não posso, recebem muito mais do que eu pra estar em casa a coçá-la, pra vir pro café fumar e beber o dia todo! Esse filho da mãe que vá pro caralho! Votar nele nem morta! Tenho é de votar para o pôr a andar!
O silêncio instala-se no café. A senhora 3 levanta-se para sair, não sem antes continuar:
Senhora 3: Ide trabalhar que podem muito mais do que eu! Ide gozar com o caralho! Farta de vos ver foder o dinheiro que eu andei tanto anos a descontar estou eu!
E é assim que as coisas vão, no país real. O que me dizem sobre isto?
Algumas observações:
ResponderExcluir1) A respeito do resultado do PSD, posso dizer que foi muito melhor do que o resultado de 2004. Devemos lembrar que naquele ano PSD e CDS concorreram coligados. Naquele ano o bloco PSD+CDS recebeu 33,3% dos votos. Este ano tivemos 31,6% para o PSD mais 8,4% para o CDS, o que dá 40,0% Houve um ganho de 6,7% à direita.
2) A esquerda foi a derrotada nas eleições em Portugal. Somando-se os resultados de PS, BE e CDU, chega-se a um resultado claramente pior do que o de 2004. Houve ganho sim para a extrema esquerda, o que eu considero preocupante.
3) Quanto aos subsídios, deixo aqui um trecho de uma coluna que saiu semana passada no jornal "O Estado de São Paulo" a respeito do programa bolsa-família no Brasil:
"Benefício concedido sem reciprocidade é esmola. E esmola não cria cidadãos ativos. Cria, isso sim, mendigos.
Benefício concedido para sempre não é ajuda, mas sim um privilégio. E privilégios não geram indivíduos independentes. Geram, quando muito, uma massa disforme de parasitas.
Benefício com valor elevado não complementa o trabalho, mas o substitui. Não gera trabalhadores, mas desocupados. Em vez de pessoas ativas, uma multidão apática de ociosos. Um exército de pensionistas totalmente dependentes da boa vontade dos governantes"
Muito bom, tens de me enviar o link desse artigo, seria um excelente post!
ResponderExcluirQuanto ao crescimento da extrema esquerda, é de facto assustador, tal como o crescimento assombroso da extrema direita em alguns países europeus. Dá uma ideia do que anda a passar pela cabeça das pessoas...
Será que vale a pena comentar o óbvio!?
ResponderExcluirSabemos em que estado anda a nação!!!
Eles são rendimentos mínimos, reformas baixíssimas para quem trabalhou uma vida inteira, reformados quase forçados a continuar a trabalhar para esticar a magreza da reforma, fazendo as contas à reforma, metade fica na farmácia (prescrever genéricos nem toda a classe médica o faz), é a alimentação outro tanto, água, renda, luz e vai por aí fora…
No entanto é sempre bom relembrar que há reformados e reformados…os que ganham 150€ por mês e os que ganham acima dos 1500€…. Também sabemos que alguns lares para idosos têm os seus pré-requisitos, porque um idoso deve ter uma reforma de valor X para beneficiar de um “serviço” que bem da verdade poderia ser gratuito ou quase…. se observarmos bem, na semana de jackpot num dos jogos da Santa Casa hás filas pelo país fora para se registar o euromilhões, totoloto e jogos afins, há dinheiro para que a Instituição chamada Santa Casa da Misericórdia invista e construa lares para idosos a custo quase zero ou se preferirem uma pequena mensalidade. Infelizmente falar neste assunto é como “bater no ceguinho”.
Bem dita senhora que não se calou e disse umas boas verdades, num país que há uma coisa chamada rendimento mínimo garantido, que passam o dia nos cafés, que recusam trabalhar ou continuar os estudos, que acham que estão mal porque o Estado (Segurança Social) um mês ou outro se atrasou no envio do cheque e vai por aí a malandrice deste país…