quinta-feira, 26 de março de 2009

Estado Social e a "chico-espertice"

In Blasfémias:

"... Um imposto negativo para baixos rendimentos tornaria o sistema mais transparente, permitiria aos pobres maior autonomia em relação aos profissionais da pobreza e não desincentivaria tanto o trabalho. Ou seja, o que se propõe é um sistema puro de impostos progressivos, que permita impostos negativos para os mais baixos rendimentos, sem qualquer outra benesse."

Penso que no desincentivo ao trabalho reside um ponto crucial quando se tenta analisar a "politica social" actualmente existente no nosso país. Como expoente máximo da não-eficácia desta politica social, temos o maravilhoso mundo do Rendimento Mínimo. Penso que o seu fundamento faz todo o sentido, se acreditarmos viver na utopia de uma sociedade equilibrada e justa. Se acreditarmos não viver num país onde reina a "chico-espertice".

Mais impressionante do que a utilização do Rendimento Mínimo como subsidio para quem se recusa a trabalhar porque... sim (penso que isso já seria de esperar; existem claro excepções), é a aparente aceitação desta realidade por parte do contribuinte comum. Não entendo. Eu não consigo esconder que emana em mim uma revolta quando vejo que as minhas contribuições para o Estado são utilizadas em parte para pagar uma tarde no café a uma senhora que não gosta de trabalho porque... cansa.

Mais um sinal da nossa sociedade: a não-existência de uma noção de Estado. Não entenderem que, tão grave como a actual predominância de pseudo-políticos no lugar de políticos, é todo aquele que usa a sua chico-espertice para viver às custas do Estado. Estado esse que é financiado pelos contribuintes.

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