Estas ditas modas de andar com as calças em baixo exibindo a sua roupa interior e, na maior parte das vezes, o rêgo do rabo, tem sido justificado de forma leviana com a liberdade de vestir. Mas então e a liberdade do mais comum transeunte? Não existe? Temos que levar com esta degradante imagem sem nos queixarmos?
Outro caso muito próximo do anterior: quantas e quantas vezes vamos nós num transporte público ou na rua e levamos com as músicas estranhas (ou não) que outros transportam nos seus telemóveis e insistem em colocar em altos berros para toda a gente ouvir. Eu sei que existe liberdade de escolher e ouvir as músicas que queremos, mas será esse um direito exclusivo de quem tem um telemóvel estereofónico? Não poderei eu querer fazer uma viagem em silêncio? Que aconteceu aos benditos auscultadores?
"Também tenho direitos! Também pago os meus impostos!" Esta expressão está cada vez mais elevada ao estatuto de chavão, usada por tudo e todos (quer aqueles que os pagam, como aqueles que os devem)! Mas meus caros... pagar os impostos não é direito, é um dever e como tal deve ser cumprido! Direitos temos sempre, nem que não paguemos impostos! Se nos dirigimos a uma repartição pública e somos mal atendidos, nunca devemos apelar pelos nossos deveres... apelemos pelos nossos direitos! Se temos direito a ser bem atendidos e esclarecidos, quem lá está tem o dever de atender bem e esclarecer melhor! Mas ela também tem o direito à boa educação por parte dos outros! Quando alguém diz... "pago os meus impostos para pagar os salários desta gente" está a apelar a um dever e de um direito do outro, que é o seu salário!
Por isso, em lugar de pronunciar as frases anteriores, apelem pelo direito a serem bem atendidos, a serem esclarecidos, com certeza ficarão a ganhar!
Outro direito que temos é o direito de reclamar, de denunciar! Direitos esses que cada vez mais nos têm sido negados (ou sonegados) pelo medo de represálias! Como ouvi ontem... “vivemos numa sociedade de medo”, que protege muito mais facilmente um criminoso do que a sua vítima.
Neste tipo de sociedade quem fica a ganhar são os gangues (ou os bandos, como eu gosto de lhes chamar!) que recrutam elementos em troca de uma pseudo segurança com a qual a polícia (ou a própria sociedade) não consegue concorrer. A coação, a agressão e a manutenção de um estatuto social fazem o resto! Nós e a nossa sociedade é que ficamos a perder!
O direito à queixa e à denúncia também existe! Receber uma resposta pronta, imediata, capaz e que nos defenda também é um direito!
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