Segundo Manuela Ferreira Leite (MFL), no debate com Louçã, o programa do PSD para o SNS é mínimo e baseia-se em suprir faltas/ineficiencias do SNS com out-sourcing, pago pelo Estado, a privados. Tudo a bem de uma prestação de serviços de saúde de forma rápida e eficaz.
Imagine que tem uma empresa. Imagine que nessa empresa tem um funcionário (colaborador, diz-se agora...) que não faz o seu trabalho de forma competente ou que alega razões para o não fazer. Imagine que a solução do seu problema, enquanto empregador, é manter o funcionário inútil e contratar uma empresa em regime de out-sourcing para fazer o trabalho desse funcionário. Imagine ainda, para terminar, que esse funcionário presta serviço para essa empresa, onde cumpre zelosamente com as suas obrigações. Pronto, pode parar de imaginar, a metáfora está terminada. Acrescento apenas que esta metáfora se baseou num exemplo real concreto e que o pagador, claro está, eramos todos nós (o Estado).
No entanto, é isto que a MFL propõe para o SNS. Como o mesmo não presta bom serviço (por vezes por simples desorganização mas normalmente não por falta de meios), paga-se a privados para fazer o mesmo mas bem e depressa, privados esses que podem envolver os mesmos médicos que no SNS não são tão eficientes.
Eu sei que a qualidade é estimulada pela remuneração, e que os bons médicos podem cobrar bem porque sabem que os doentes ficam satisfeitos. Portanto, uma política de premiar a qualidade com um salário mais elevado é benéfica para aumentar a qualidade do serviço prestado. Mas o mecanismo proposto pela MFL nada resolve, porque continua a pagar a ineficiência enquanto paga celeridade (?) e qualidade (?), paralelamente, quando deveria, com incentivos, diminuir a ineficiência premiando a qualidade.
Camões, por Borges
Há uma hora
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