A 10 de Setembro de 1964 chega a Colónia o milionésimo "trabalhador convidado" pela República Federal da Alemanha: um carpinteiro português, Armando Sá Rodrigues.
Perplexo e embaraçado com a grande recepção, este senhor, natural de Vale de Madeiros vê-se rodeado de jornalistas... Ouve as palavras:
"Sem o trabalho adicional de estrangeiros, o nosso desenvolvimento económico nos últimos anos seria impensável."
A Alemanha é, provavelmente, o mais próspero grande país europeu. Destruída depois da guerra, dividida por muros (alguns mais visíveis que outros), renasce ainda assim. E há 40 anos atrás saudava com gratidão, aos olhos de um português, o trabalho do imigrante.
Hoje, depois dos tristes resultados da extrema direita nas europeias, é urgente um grito contra a xenofobia, é necessária a calorosa recepção, as boas-vindas àqueles que vieram para ajudar. Assim também se mostra a nossa dignidade enquanto país.
terça-feira, 28 de julho de 2009
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Oh Jorge eu até gostava de poder concordar contigo, mas depois do que vi e vivi nos arredores de Sintra, vejo que temos que ser um pouco como os alemães foram em 1964: Selectivos!
ResponderExcluirRepara que o milionésimo português emigrante na Alemanha era um carpinteiro! Com certeza um sabedor da sua arte, um excelente artista no trabalhar da madeira!
Hoje: vê quem Portugal vai requisitar... um alegado terrorista preso em Guantánamo (bem sei que pode não ser terrorista e nem sequer saber o que é uma bomba, mas fica a dúvida da mais valia que será para o nosso país)!
Percorre a linha de Sintra e vê os "gringos" que proliferaram no nosso país.
Mais uma vez, sinto a necessidade de me reafirmar como não racista e não xenófobo, mas bastante preocupado com o mal-estar vivido no nosso país!
Prevejo a necessidade de aumentar a selecção de imigrantes, para não vermos a extra direita avançar nos resultados eleitorais com a verdadeira xenofobia e racismo no nosso país e quiçá nessa altura justificados!
É inegável que existem imigrantes que prejudicam o bem-estar e o desenvolvimento deste país. Serão a maioria? Sinceramente penso que não. Os mais visíveis serão de certeza.
ResponderExcluirUtopicamente, critérios de selecção mais apertados permitiriam controlar melhor o tipo de imigração indesejável, mas na prática a barreira entre este apertar de critérios e xenofobia é uma linha muito ténue.
Eu cá penso que, ao apertar os critérios, corremos o risco de "deixar de fora" pessoas com capacidade para ser uma mais valia no nosso país. E esse risco não podemos correr, pelo imenso que temos a ganhar.
Os problemas com o tipo de imigrante que referes, Beto, também os temos com portugueses. E em maior número. Assim, penso que o foco deve estar na correcção destes comportamentos.
Creio que mais que "limitar" a palavra-chave deverá ser "integrar". E esse esforço deve partir primariamente de um conjunto de iniciativas e políticas governamentais e é, em última instância, responsabilidade de todos nós. Este é o "ideal" e, por uma vez, creio que a solução é caminhar no sentido do ideal, não fugir dele. Só assim se poderão resolver os problemas sociais e eliminar certos "guetos" comunitários que se vão formando, onde criminalidade e quotidiano funcionam de mãos dadas.
ResponderExcluirSinto necessidade de esclarecer alguns pontos por mim aqui abordados.
ResponderExcluirO meu comentário surgiu após uma conversa com um agente do SEF, em que fui alertado para a quantidade de imigrantes ilegais que proliferam no nosso país, que vieram para Portugal com a simples vontade de cometer crimes. Muitos deles entraram no nosso país com o estômago cheio de droga e muitos outros que entram no nosso país com um visto de turista e que vêm "apenas" cometer o crime para que foram contratados.
Eu concordo com a necessidade de integrar os imigrantes no nosso país e que quanto melhor for essa integração, melhor será o proveito para o imigrante e para o país.
Mas aquilo que vejo é gente com dificuldades em serem integrados e demasiada gente por integrar, daí que avance com uma medida que considerei urgente - estabelecer critérios de integração ou o que eu chamei anteriormente de selecção.
O que Portugal fez com alguns ucranianos foi sem dúvida extraordinário. Inicialmente vinham apenas homens, que juntos criavam muitos problemas no nosso país e então começou-se a facilitar a vinda dos seus familiares, a integração dos seus filhos na escola pública e em alguns casos a possibilidade de transição dos cursos tirados na Ucrânia para o sistema português! Desta forma estabeleceu-se uma excelente integração.
Noutras comunidades, aconteceu tudo de forma contrária. Vieram para cá sem qualquer tipo de formação, foi-lhes facilitada a nacionalidade, é-lhes dado por vezes um subsídio e a única coisa que sabem fazer é cometer crimes! E agora, até já têm a companhia dos seus filhos para cometerem os crimes.
Portugal até pode querer expulsá-los mas não pode porque eles têm a nacionalidade portuguesa.
Outro ponto que considero fulcral e que em conversa com o agente do SEF chegámos à mesma conclusão é que ainda há muito para fazer em políticas europeias de imigração. Toda a Europa abriu as fronteiras, mas continuamos todos com políticas e leis diferentes para a imigração!
O exemplo que me foi dado é da quantidade de brasileiros que aparecem no aeroporto de Madrid a dizerem que vêm para Portugal de táxi para verem a família e dos venezuelanos que surgem em Lisboa a dizerem que vão para Espanha verem os familiares. Os primeiros são deixados em liberdade e os segundos casos são analisados até à exaustão junto das próprias embaixadas.