segunda-feira, 30 de maio de 2011

Mea Maxima Culpa

Para que uma democracia sobreviva, é fundamental a existência de seriedade e competência na governação. O garante destas características nos governantes são os mecanismos de responsabilização que uma democracia coloca ao alcance dos cidadãos. O mais elementar e mais poderoso destes mecanismos é o voto livre.

O actual governo já deu provas de incompetência. Gritante, em alguns momentos. Há uma crise internacional, há a crise das dividas soberanas, há a crise do euro. Sem dúvida. Como que a cereja no fundo do bolo, há também uma governação incompetente, repleta de erros.

Portugal prepara-se para avaliar a governação do nosso país através de eleições livres. Quando pela primeira vez vejo o actual governo na frente das sondagens, entrei em choque: a avaliação aparenta ser positiva. Mais quatro anos com os mesmo governantes parece ser o desejo do meu país.

Entrei em pânico. Senti-me impelido a agir, alertando para os perigos desta aprovação à governação vigente. Lancei-me numa cruzada contra o actual governo. Não podia ver a democracia portuguesa ser ferida e ficar calado.

Tornei esta cruzada uma obsessão. Ataquei a classe política em geral. Ataquei a imprensa. Ataquei o PS, sobretudo Sócrates. Cheguei a tornar esse ataque pessoal. Ataquei a todo custo, inclusive usando técnicas que tanto condeno no “inimigo”. Tornei-me um propagandista anti-propaganda. Estava cego. De ódio, dizem-me alguns bons amigos.

Este ódio, esta obsessão, levou-me ao extremo de desrespeitar o voto de quem vê no PS a solução.

Não há votos de primeira e segunda. O direito ao voto livre é um dos pilares da democracia.

Entrei numa cruzada pela democracia. Acabei desrespeitando um dos seus pilares. A todos que ofendi de algum modo, o meu sincero pedido de perdão.

A marca deste blog foi sempre um discurso construtivo. Espero que os meus colegas de escrita e os meus leitores me perdoem também.

Um comentário:

  1. Parecemos irmãos, Rui. Força! A tua tarefa, nossa tarefa, ainda não terminou nem deu frutos. Peço-te desculpa também por teres demasiada razão e por eu estar absolutamente certo!

    Abraço.

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