No artigo "Administradores bem pagos" neste blog, da autoria do Fausto, ele apresenta uma utilização da entropia para medir o grau de "justeza" dos prémios de desempenho das administrações. Aqui eu proponho uma alternativa.
O que é um bom desempenho de uma administração? Aqui está uma pergunta difícil. Numa análise de curtíssimo prazo, podem ser os lucros da empresa no ano corrente. Numa análise de longo prazo, pode ser a continuidade ou até o crescimento da empresa em termos de empregos e de sustentabilidade.
Todos nós sabemos que este drama financeiro que se vive foi criado em grande medida por uma especulação desenfreada de curto prazo, sem qualquer sustentabilidade a mais longo prazo. Há, portanto, que apostar nas avaliações de mérito a longo prazo e não a curto prazo, porque estas últimas podem potenciar desastres económicos.
Portanto, os prémios dos administradores "de sucesso" deveriam ser-lhes distribuídos ao longo de bastante tempo (dezenas de anos), e em cada ano a fatia correspondente seria reavaliada tendo em conta a evolução da empresa face às acções tomadas no passado pelos seus gestores. Deste modo, atitudes especulativas de curto prazo realizadas apenas para ter prémios chorudos à conta do desaparecimento a médio ou longo prazo da empresa, estariam condenadas à partida. O "crime" deixaria de compensar.
domingo, 2 de maio de 2010
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Proposta muito interessante, André. E penso que eficaz. Mas a questão é: como implementá-la? Ou melhor: quem a implementaria? Os próprios administradores?
ResponderExcluirNão, a lei. E aí usaria o "modelo" do Fausto: o prémio anual nunca poderia ser superior ao ordenado médio anual de todos os trabalhadores da empresa. Acima desse limiar, o imposto seria de 100% :-)
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