quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Ensino de qualidade

Os rankings das escolas são claramente ambíguos e dados a múltiplas interpretações.
No entanto, uma coisa está clara... os colégios privados dominam os topo da tabela.

Penso que deveria existir na rede de escolas públicas, um conjunto de escolas de topo que dominassem os rankings e fossem uma alternativa pública aos colégios privados. Em certos países, existem este tipo de escolas, ou em alternativa, uma série de bolsas de estudo para os melhores alunos que não têm possibilidades económicas para frequentar os colégios privados.

A solução para implementar este tipo de escolas é, por incrível que pareça, extremamente simples.
  • para regiões servidas por uma rede relativamente densa de escolas, permitir a criação de uma escola de regime especial.
  • Estas escolas, inicialmente, só seriam diferentes das outras pelo facto de poderem escolher os alunos. Os alunos que não fossem aceites por esta escola ou que fossem convidados a sair, teriam de ser aceites pelas outras escolas. Hoje em dia, é praticamente impossível uma escola recusar um aluno.
  • As escolas teriam de manter um número normal de alunos, ou seja, só poderiam expulsar um aluno se isso não implicasse descer abaixo de um número mínimo de alunos.
  • As escolas podiam manter uma lista de espera de alunos que quisessem entrar ou pedir transferência. Estes seriam seleccionados e convidados a entrar caso um aluno fosse expulso.
  • Numa segunda fase, os professores e toda a equipa não-docente também seriam escolhidos. Não haveria professores efectivos nessas escolas, estando lá todos por destacamento. Os períodos de destacamento seriam definidos (por exemplo: 3 anos) e renováveis. A renovação seria pendente de uma série de critérios, tal como os resultados dos próprios alunos, mas mais importante ainda seria a avaliação dos outros professores.
  • A avaliação dos encarregados de educação NÃO seriam um dos critérios... infelizmente, os pais às vezes têm prioridades enviesadas. Acham que um bom professor é amigo dos alunos e dá boas notas... claramente isso não define um bom professor que produz bons resultados.
Para os críticos da criação deste conjunto de escolas por supostamente criar discriminação no sistema público, o meu comentário é apenas um: se as escolas públicas não oferecerem uma alternativa aos colégios privados, a discriminação será baseada em factores económicos em vez de factores de mérito.

3 comentários:

  1. Em relação ao actual modelo, este poderia ser bastante mais eficiente se o numero de alunos por turma diminuisse (o que tipicamente acontece nos colegios privados).

    Quanto à proposta do Fausto eu veria com bons olhos, desde que nao houvesse modo de subverter o modo de cálculo do mérito.

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  2. O número de alunos é importante mas não é o factor mais relevante. Basta existir um ou dois alunos que perturbem constantemente as aulas, que o resto da turma é afectada.
    Não só nas escolas de regime especial mas em todas, deveria ser possível mandar os alunos para fora da sala de aula... a educação é um privilégio, não uma obrigação.

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  3. A tua proposta é de facto muito interessante, embora seja necessário muito cuidado com as formas de subverter as regras. Vivemos num país onde a corrupção e jogos de influências reinam...

    Ora, assumindo que a tua proposta é resistente a esse tipo de "ataques", faz todo o sentido criar essas escolas de elite. Elite essa baseada apenas no mérito, e não noutros factores... elitistas.

    Encontro alguma proximidade com o sistema alemão, em que existem diferentes níveis de exigência em cada ciclo lectivo. E aí o acesso ao níveis mais avançados são feitos através de exame.

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