Fausto!
Em primeiro lugar, ia apenas comentar a tua pedrada, mas depois fui divagando até que tornei isto num barroco!
Quero deixar claro que gostei muto da tua ideia e que ela seria bem recebida por muitos professores e pretendo explicar aqui o porquê! Mas antes quero comentar um facto que assinalaste de extrema importância: a ambiguidade dos rankings de escolas.
Os rankings actuais são criados pelas redacções dos jornais tendo por base os dados fornecidos pelo Ministério da Educação. 1º problema: Cada redacção adopta os critérios que quer... uns limitam as escolas pelo número de alunos, outros pela área geográfica e outros ainda pelo número de exames. Demasiados critérios, pouca informação relevante e poucas conclusões se retiram dos rankings. 2º problema: Ninguém sabe se os rankings são para se levar a sério ou se são apenas para fazer notícias e assim condicionar a opinão pública!
O que é verdade é que ambíguos ou não, os rankings mostram que no seu topo estão sempre escolas privadas, mas também é verdade que no seu fundo também estão escolas privadas. Também é verdade que os maiores fossos entre a avaliação interna e o resultado obtido no exame também se registam em escolas privadas. A acrescentar a este facto, temos que as escolas privadas realizam poucos exames e recebem apenas os alunos que querem, ao passo que as escolas públicas têm muitos exames e recebem todos os alunos (internos ou externos) que neles se inscrevam!
Desta forma, parece claro que as escolas públicas e privadas não "concorrem" (o termo não me parece o melhor, porque não se trata de um concurso...) no mesmo pé de igualdade e portanto a elaboração de um ranking fiável e claro não se pode basear apenas nos resultados dos Exames Nacionais. Mas é bastante importante que esse ranking seja mais uma ferramenta de trabalho com o objectivo de melhoria do ensino.
Quanto à proposta do Fausto, considero-a (quase) brilhante uma vez que, ao contrário do que é vigente no ensino em Portugal, preocupa-se com os alunos com melhores capacidades! Este tipo de alunos tem tido pouco incentivo no ensino português, preferindo-se apoiar todos aqueles que apresentam dificuldades, indisciplina constante, pouco interesse ou empenho no estudo!
A selecção dos alunos para a frequência de escolas de referência é um bom ponto de partida, mas não será o único! A criação de projectos a nível de escola, como o Projecto TurmaMais da Escola Rainha Santa Isabel, em Estremoz, e a aproximação entre Escolas e Universidades serão outros aspectos a explorar!
A todos aqueles que apontam o dedo à proposta do Fausto gritando "discriminação", muitos mais baterão palmas clamando por "justiça"! Os professores facilmente concordarão com esta proposta, pois ela valoriza o mérito e incentiva ao interesse e empenho pelas actividades escolares, em detrimento das preocupações e tempo desperdiçado com os indisciplinados e desinteressados!
Mas os professores não querem medidas avulso como as que têm sido tomadas nos últimos 30 anos e legisladas por pessoas distantes do ensino que não conhecem a realidade... Os exemplos de más leis são tantos que daria para outro barroco! Os professores querem um projecto nacional para o Ensino e leis reais e coerentes!
Camões, por Borges
Há 2 horas
Se os professores participantes neste blog leccionassem numa escola bem posicionada no ranking, não gastariam tanta letra... E se fossem docentes de um Colégio, diriam que era tudo perfeitamente comparável!!
ResponderExcluirSinceramente...
Tenho algumas dúvidas em relação à criação de escolas públicas que se destinem a ensinar crianças que tenham demonstrado um rendimento escolar acima da média. Dito isto, vou tentar explicar o porquê desse meu cepticismo:
ResponderExcluir1) Ao se criarem essas escolas aumenta-se o fosso que existe entre bons e maus alunos.
2) Perde-se a heterogeneidade que existe nas escolas públicas, que no meu entender é benéfica para todos.
3) Divide-se as escolas por camadas sociais, pois sabe-se que grande parte dos maus alunos vêm de camadas sociais mais desfavorecidas, aumento assim a exclusão social.
4) Por último, limita-se o acesso dos alunos médios (com potencial) a essas escolas de referência. Porque como tudo na vida, o rendimento de uma criança não se pode definir só como bom ou mau.
Solução alternativa (que penso que já existe, mas só tem de ser melhorada):
1) Criação de escolas especiais (devido ao seu programa educativo) tais como o Conservatório de Música da Calouste Gulbenkian em Braga, que é público, e que todos os anos recebe cerca de 500 candidaturas e apenas 20% é que são seleccionados.
2) Criação de iniciativas ao nível da escola para incentivar os melhores alunos. Tal como o Beto refere, dando o exemplo do projecto TurmaMAis.
3) Divisão de turmas tendo em consideração o rendimento dos alunos e bom/mau comportamento.
Com isto quero concluir que vejo a interacção entre os alunos de diferentes rendimentos escolares e diferentes camadas sociais como um ponto forte nas escolas públicas. Essa discriminação dos melhores alunos é benéfica para os mesmos e penso que tal discriminação pode ser levada a cabo dentro da própria escola.
Respondendo ao pontos levantados:
ResponderExcluir"1) Ao se criarem essas escolas aumenta-se o fosso que existe entre bons e maus alunos."
O fosso vai sempre existir, por fazer parte da natureza humana que as capacidades de uns sejam superiores à de outros, mas que quase todos sejam medianos.
Ao ter todos os alunos juntos, o que acontece é que a fasquia vai ser mais baixa. Nem os alunos com maiores dificuldades vão conseguir acompanhar a matéria, nem os bons alunos vão ser estimulados suficientemente.
Depois o que acontece é que chegam à faculdade e descobrem que eles já não são o melhores alunos e, que para além disso, não sabem estudar porque nunca precisaram de o fazer para serem bons alunos.
"2) Perde-se a heterogeneidade que existe nas escolas públicas, que no meu entender é benéfica para todos."
Há bons alunos em todas as classes da sociedade, mas a heterogeneidade normalmente cria uma situação em que se os bons alunos se querem integrar, não devem demonstrar as suas capacidades. O rufia que responde mal à professora é o heroi da sala de aula e os 'marrões' são os ostracizados.
"3) Divide-se as escolas por camadas sociais, pois sabe-se que grande parte dos maus alunos vêm de camadas sociais mais desfavorecidas, aumento assim a exclusão social."
Isso é um falácia porque os melhores alunos não são das famílias de classe social elevada, mas sim da classe média. No entanto os alunos da classe social elevada têm o poder económico para ir para um colégio para maximizar o seu potencial, mesmo que este seja mais baixo que o dos outros.
"4) Por último, limita-se o acesso dos alunos médios (com potencial) a essas escolas de referência. Porque como tudo na vida, o rendimento de uma criança não se pode definir só como bom ou mau."
Os alunos médios poderiam beneficiar de um ensino adequado ao seu ritmo, o que iria maximizar o seu rendimento, sem serem ofuscados pelos bons alunos.
"1) Criação de escolas especiais (devido ao seu programa educativo) tais como o Conservatório de Música da Calouste Gulbenkian em Braga, que é público, e que todos os anos recebe cerca de 500 candidaturas e apenas 20% é que são seleccionados."
Estas escolas são excepções à regra e são demasiado específicas para serem generalizadas. Uma rede de escolas públicas de excelência seria uma solução bastante mais simples e sem custos adicionais.
"2) Criação de iniciativas ao nível da escola para incentivar os melhores alunos. Tal como o Beto refere, dando o exemplo do projecto TurmaMAis."
Mais uma vez isto é uma proposta igualitária que nada faz para criar um ambiente de excelência constante. Durante 6 semanas os alunos de nível 5 são estimulados e depois regressam à crua realidade.
"3) Divisão de turmas tendo em consideração o rendimento dos alunos e bom/mau comportamento."
Isso não aborda a questão de concentrar os bons alunos e ao mesmo tempo concentrar os bons professores. O problema não é limitado aos alunos, mas também aos professores e aos pais. Uma vez que pouco se pode fazer em relação aos pais, só se pode abordar os alunos e os professores. Limitando ainda mais a margem de acção reduziria ainda mais o seu impacto.
Anónimo... senti no ar uma crítica pessoal! Pois, não lecciono num colégio… Pois, as escolas onde trabalhei não estão bem posicionadas no ranking… Mas a disciplina que lecciono é avaliada em Exame Nacional… Quando sou o único professor de Matemática no 9º ano naquela escola, o meu trabalho é directamente avaliado… Quando trabalho em parceria com a colega de Língua Portuguesa, também vejo a minha colaboração a ser avaliada… Quando sou director de turma de um 9º ano, também vejo nisso a minha capacidade de liderança e de motivação a ser avaliada… Pois, o meu trabalho não é manter uma boa escola, com bons alunos e boas práticas lectivas no topo do ranking, mas faço algo bem mais difícil que isso… o meu trabalho, a minha letra fez uma escola subir 100 lugares (ou 143 dependendo dos critérios do ranking...)! Ah! E verifiquei isso no ranking do Público… se não acredita neste jornal, então diga em qual acredita…
ResponderExcluirClaro que os professores das escolas privadas também trabalham imenso (e ai deles que não trabalhem), mas o que é verdade é que com este tipo de ranking não se pode comparar nada! Até me pergunto se será possível comparar uma escola pública de Bragança com uma escola pública de Lisboa… Quanto mais comparar a primeira com uma privada de Cascais?!
Mas desengane-se se pensa que considero a melhor opção acabar com os rankings!! Muito pelo contrário… eles devem é ser mais abrangentes e alvo de uma reflexão e estudo por parte dos professores de cada escola!
É verdade que a selecção de alunos para uma escola de elite (no que ao nível de capacidades diz respeito) é passível de discussão e muita crítica. Mas o que também é verdade é que se essa selecção não for feita na Escola, alguém a fará mais tarde... No entanto, considero a ideia de um concurso público para ingressar naquelas escolas uma boa ideia, desde que qualquer situação anómala fosse bem punida!
ResponderExcluirAcrescento a necessidade de nivelar o ensino por cima e não por baixo, valorizar o mérito e empenho e não o chico-espertismo... Se tal acontecer nas escolas portuguesas, estaremos a minimizar o aparecimento de Varas e outros que tais!
Antes de mais, quero esclarecer que estamos de acordo no seguinte: discriminar os bons alunos, concentrando-os, de forma a estimular a sua curiosidade e maximizar o seu rendimento.
ResponderExcluirUm dos pontos de discussão que aqui identifico é o seguinte: efectuar essa discriminação a nível global ou local.
Se não estou em erro o Fausto sugere a criação de escolas de excelência que seleccionam os seus alunos através de concurso público. Entendo esta solução como uma solução global.
A minha sugestão no entanto é local, a intervenção começa na própria escola onde são criadas condições para que os bons alunos sejam discriminados positivamente.
Acho que a solução global é um pouco elitista e geraria demasiada competição num nível de educação que penso que existem diferentes prioridades no que remete à educação de uma criança/adolescente. Mais, penso que a solução global junta num só pote bons alunos e professores e noutro os restantes. Esta solução resolve o problema da falta de estimulação dos bons alunos é um facto!, mas cria um problema na educação a nível nacional! O pote dos restantes seria reinado pela desmotivação e falta de qualidade o que levaria a médio/longo prazo a um aumento do insucesso escolar!
Por outro lado, a solução local é mais suave e robusta no que respeita à implementação, uma vez que:
1)bons alunos beneficiariam dum ambiente de excelência dentro da sua escola;
2)professores teriam diversas realidades/desafios para trabalhar;
3)maus alunos não seriam isolados numa só escola tornando impossível a missão de um professor para educar a canalha.
Tem-se verificado que, nas escolas mais pequenas, com menos alunos, onde há tempos e espaços para professores e alunos fazerem parte de um clube escolar; onde existem regras de disciplina coerentemente estipuladas pelo corpo docente e onde impera a primazia do diálogo a taxa de indisciplina regista menores valores.
Posto isto, quero agora (se possível de forma breve) comentar as opiniões do Fausto em relação aos meus argumentos:
Em relação ao fosso: É claro que esse fosso sempre existiu e aquilo que digo nesse ponto é exactamente isso e que este irá simplesmente aumentar com essa solução. O motivo é muito simples: Aumentaria desmotivação nas restantes escolas públicas. Na solução local, turmas de alunos com rendimento escolar superior teriam objectivos de estudo mais ambiciosos.
2) Em relação à heterogeneidade acho que o Fausto dramatiza um pouco com a relação pitoresca rufia/marrão. Acredito que casos desses sejam pontuais e seriam certamente resolvidos criando turmas de bons alunos e turmas com alunos com problemas de comportamento/aprendizagem etc.
Em relação à correlação forte entre maus alunos (ou alunos com insuficiência escolar) e classes sociais mais desfavorecidas o Fausto responde: "Isso é um falácia porque os melhores alunos não são das famílias de classe social elevada, mas sim da classe média.No entanto os alunos da classe social elevada têm o poder económico para ir para um colégio para maximizar o seu potencial, mesmo que este seja mais baixo que o dos outros."
Não entendo onde está a falácia nem entendi o contra-argumento. Aqui basta usarmos o google umas tantas vezes e encontramos uma data de estudos sociais que confirmam aquilo que digo.
Por fim, em relação aos alunos médios, estes beneficiariam da interacção com os bons alunos, uma vez que grupos de trabalho mistos podem render a favor de ambos - retirando as dúvidas e ensinado ao seus pares também se aprende.
Penso que o mais importante é que concordamos todos num ponto: É preciso criar uma escola pública funcional que premeie a excelência!
Meu caros,
ResponderExcluirEu tenho de confessar que fui um rufia. O talento estava lá (:-) ), a motivação não. E foi precisamente no contacto próximo com alunos de topo que encontrei a minha motivação, o meu desafio. E foi precisamente esse passo que fez com que caminhasse em direcção ao sucesso escolar.
Onde quero chegar com este argumento? Simples: não podemos pura e simplesmente fechar a porta aos alunos medianos. É necessário que estes convivam com os alunos de topo, que trabalhem com eles. Nunca sabemos o talento que se esconde por detrás de um adolescente a atravessar uma crise existencial e que se desliga do mundo. Se o contra-argumento é "o problema é dele em não se preocupar com os estudos", não posso deixar de discordar vivamente. Se falarmos a nível de ensino superior, aí sim, agora a este nível a escola, mais do que criar máquinas de estudo (sim, máquinas, porque em breve máquinas farão esse tipo de estudo muito melhor que os humanos), deve criar cidadãos, deve motivá-los, educá-los, ajudá-los na sua busca por respostas às suas questões.
Assim, penso que é necessário um trade-off entre a situação de criar um sistema de duas camadas (os muito bons e os restantes) e um sistema horizontal. Ora, deixo aqui uma verdadeira posta-de-pescada: e que tal adoptar um sistema semelhante ao da promoção/despromoção desportiva? Passo a explicar: imaginemos que criamos duas camadas, duas "divisões": os melhores alunos na primeira, os restantes na segunda. Definimos algo semelhante a quotas, i.e. o número de alunos na primeira camada é limitado.
Para introduzir dinâmica no sistema, no final de cada ano lectivo, os últimos 10% (em termos de avaliação, que pode incluir diversos aspectos) da primeira camada são transferidos para a segunda camada, sendo as suas vagas ocupados pelos melhores da segunda camada.
Assim, teríamos os melhores alunos juntos, num ensino onde impera um elevado grau de exigência. Simultaneamente, os "restantes" estariam num sistema competitivo, sabendo que se mostrarem capacidades, podem saltar para a primeira camada. Mais ainda: os 10% que descem, trariam consigo hábitos de excelência para a segunda camada.
Basicamente seria algo parecido com as ligas no futebol... Acho que isso seria perfeitamente justo e um conceito que faz parte do senso comum.
ResponderExcluirSinceramente, o exemplo das máquinas-de-estudo que conseguem entrar em medicina, é um exemplo que o ensino não cria cidadãos. Podem ter optimas notas mas são assustadores enquanto pessoas. Parece que tiveram de abdicar da sua humanidade para entrar numa profissão que tem a humanidade como requisito.
Isso das máquinas-de-estudo é muito grave. Para mim, ultrapassa a questões de perderem a humanidade ou não. A verdade é que essas "máquinas" são pura e simplesmente cérebros com elevado espaço de disco. Mas que depois apresentam um défice de criatividade, de espírito critico, de pensamento profundo. Bem, de tudo que distingue o Homem da máquina...
ResponderExcluirBem! Vocês estão a ficar uns corrosivos de primeira. Até quero ver se algum dos nossos leitores é ou foi aluno de medicina e terá algo a dizer acerca disso.
ResponderExcluirÓh Rui! Foste levado num espírito muito futebolístico, talvez ainda estejas na ressaca do jogo de ontem :) Grande jogo por sinal!
Como modelo teórico, essas ligas até parecem ter pernas para andar, mas a mim preocupa-me mais o insucesso escolar e a desmotivação...mas claro que isto é assunto para outro tópico que nada tem haver com premiar, defender e estimular a excelência no nosso país.
Oh, Zé, eu não estava a tentar atacar os alunos de medicina! Longe disso! Esse tipo de máquinas conheço-as em várias áreas, de entre as quais medicina nem sequer domina.
ResponderExcluirPosso falar do meu curso, Matemática. Quantos não conheci que entraram com médias altíssimas (lembro-me de um caso especifico de 18) e acabaram um curso passado 8 anos com resultados fracos, ou nem sequer conseguiram acabar?
É um problema sério, Zé. Estas "máquinas" estão a abdicar daquilo que faz evoluir o Homem: espírito critico e raciocínio não-standard. Mas a verdade, nua e crua, é que sempre existiram e sempre existirão. Mas isso não significa que não se deva tentar controlar esta situação.
Quanto ao modelo futebolístico (by the way: PORTUGAL!!!!), penso que intrinsecamente tem mecanismos de combate ao insucesso e à desmotivação. A grande maioria quererá estar na "primeira liga", o que, dado que as portas estão sempre abertas (aos melhores, claro), deverá motivar os alunos. Quanto ao insucesso, penso que ao elevares a fasquia, continuarás a ter insucesso, mas esse insucesso estará ainda assim a um nível superior de conhecimento do que acontece hoje.
Claro, nesses dois tópicos, seria um passo muito pequenino... Há que postar sobre isso. Mas no que toca a "premiar, defender e estimular a excelência no nosso país", penso que seria uma boa aposta.
Eh pá! Deixem o pessoal de Medicina em paz... lol eles marram muito para entrar na faculdade, mas para sair são obrigados a marrar ainda mais! Isto se não quiserem ficar a vida toda numa especialidade "menor"! É mais um tema interessante para postar aqui...
ResponderExcluirQuanto ao premiar o mérito, ainda hoje confirmei que a escola desperdiça talentos! Uma colega estava espantada como um seu aluno conseguia apreender tudo muito depressa e logo à primeira e era o aluno mais indisciplinado da turma! Fácil... se aprende e sabe logo como fazer, então tem que esperar o resto do tempo pelos colegas e assim tem tempo mais do que suficiente para se comportar mal, gozar com os colegas e por aí fora! A escola torna-se pouco estimulante para estes alunos! É aqui que a proposta do Fausto pode ser importante.
Lembrei-me de mais um projecto interessante, mas infelizmente não me lembro do nome dele. Sei que há uns anos, havia um protocolo entre o(s) Departamento(s) de Matemática da FCUP e algumas escolas secundárias. As escolas enviavam os seus melhores alunos e a faculdade ensinava-lhes algo além do que se aprende no secundário.
Estas parcerias podiam fazer-se entre as várias Universidades e ia de certeza estimular a aprendizagem dos alunos.
Acrescento também as minhas reservas em relação ao estímulo que hoje se dá aos melhores alunos! No primeiro dia de aulas, institucionalizou-se o "Dia do Diploma" onde os melhores alunos recebem um prémio que pode ir até aos 500 euros! Poderá ser estimulante, mas será que valoriza o mérito? Não estaremos a valorizar o dinheiro em lugar do mérito?