segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Autárquicas 2009

Vencedores:

PS - É inegável a vitória do PS nas eleições de ontem. Apesar de não ter superado o PSD no número de presidências de câmaras municipais, o partido conseguiu um ganho de mais de 20 concelhos em relação a 2005. Lisboa, Leiria, Barcelos e Beja foram vitórias emblemáticas para o partido. Deve-se ressaltar também que este ano o PS obteve mais votos e mandatos do que o PSD.

Rui Rio, Luís Filipe Menezes e Fernando Seara - Estes foram um dos poucos pontos positivos do PSD, que continua a governar três dos maiores concelhos do país. Foram vitórias muito mais pessoais do que partidárias. Devemos destacar também a vitória de Macário Correia em Faro.


Perdedores:

PSD - Apesar do maior número de câmaras, não consigo deixar de ver o resultado de ontem como uma derrota para o PSD. Houve redução de votos, câmaras e mandatos. Creio que estas eleições selaram o destino da líder Manuela Ferreira Leite.

CDU - Apesar de ter manter vereadores em Lisboa e no Porto, a CDU perdeu em Beja, um dos seus bastiões. O saldo da CDU em relação a 2005 foi negativo tanto em número de câmaras quanto em número de mandatos.

Bloco de Esquerda - Sem dúvida o grande perdedor da noite. Manteve a única Câmara que tinha (com menos votos do que em 2005), perdeu o vereador de Lisboa e não conseguiu eleger vereador no Porto.


Neutros:

CDS - Conseguiu uma grande vitória em Ponte de Lima com uma votação superior a 60%. De resto apenas ganhos incrementais em algumas freguesias. Depois do grande desempenho nas legislativas, o resultado das autárquicas não deixa de ser um pouco decepcionante.

Independentes - Tiveram todo tipo de sorte: vitórias do Isaltino e Valentim Loureiro, derrotas para a Fátima Felgueiras e Narciso Miranda.

Santana Lopes - Apesar da derrota em Lisboa, Santana Lopes teve um desempenho melhor do que o esperado. Houve voto útil à esquerda para que ele perdesse a eleição.


(Análise de Tiago Vinhoza para o Costa Rochosa)

2 comentários:

  1. Na minha opinião um dos pontos mais interessantes em relação à análise da prestação do PSD, é que o partido sofreu derrotas nos locais em que Manuela Ferreira Leite mais apostava. Das 3 grandes vitórias nenhuma teve influência directa da lider do partido, o que não deixa de ser curioso.

    Gostei particularmente da estratégia do CDS de promover as coligações com os partidos mais à direita, que se tornou na melhor opção que eles poderiam ter feito. Não fosse esta decisão e talvez a euforia dos resultados das legislativas tivesse sofrido um enorme abalo.

    Quanto ao PS também concordo que seja o grande vencedor da noite, principalmente por ter ganho a câmara de Lisboa. Quanto às restantes freguesias parece-me não ter havido nenhuma surpresa, visto o PS ter ganho nos locais habituais, apenas tirando à CDU Beja.

    Quanto à CDU parece que conseguiu manter o seu eleitorado, não se afigurando grandes mudanças ao estado actual da coligação.

    O BE é sem dúvida o grande perdedor da noite. Isto de dobrar os votos em legislativas é fácil quando se manda bitaites e os eleitores estão chateados com alguém por este os ter penalizado. Ganhar confiança junto dos eleitores é um cenário bastante diferente, e esta neste ponto o BE claramente perde em relação a todos os outros partidos. Resultado de elitismo? Possivelmente...

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  2. Tiago,

    Concordo quase por completo com a tua análise. Não a 100%, porque tenho dúvidas acerca do posicionamento do CDS-PP. E aqui há que notar que num elevado número de concelhos, o CDS-PP entrou na corrida coligado ao PSD, donde que a análise à performance do CDS-PP seja bastante complicada.

    Talvez a forma mais justa de olhar para os resultados do CDS seja a do anónimo: a estratégia de recorrer a coligações foi boa para não correr o risco de esfriar os ânimos após as legislativas.

    Mas um ponto fundamental é o último em que o anónimo toca: o Bloco de Esquerda. De facto, este resultado parece mostrar que o Bloco tem vindo a crescer à custa do voto de protesto, não propriamente à custa da conquista ideológica de eleitores. Bem, mas será que o CDS também não se poderia enquadrar nesta análise?

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