Quando saiu este artigo no Economist, reparei que conseguia exprimir a minha intuição sobre sobre a sustentabilidade do sistema atual, ou seja, que é um esquema insustentável pelo facto dos participantes pagarem para obter rendimentos futuros que estão dependentes da entrada de novos participantes.
Claro que o artigo também menciona que o valor dos pagamentos enquanto trabalhador ou pensionista pode ser ajustado para garantir a sustentabilidade da segurança social, conhecido em Portugal pelo fator de sustentabilidade.
No entanto, o problema é que a segurança social só é verdadeiramente sustentável com o esquema atual quando a população tem uma taxa de crescimento positiva e uma esperança média de vida perto da idade de reforma.
Ao longo destes anos todos, governos sucessivos descapitalizaram a segurança social, uma vez que aquilo era uma máquina de fazer dinheiro. Só que na realidade, a descapitalização transformou o que seria um fundo de pensões público, num esquema em pirâmide em os trabalhadores atuais suportam os pensionistas em vez serem a poupanças dos mesmos a suportá-los.
Para ver como o sistema é insustentável, imaginemos que a segurança social passava a ser opcional para novos trabalhadores a ingressar no mercado laboral e, num caso extremo, nenhum trabalhador aderia à segurança social. Os trabalhadores que ainda pertenciam ao sistema, passariam a suportar um número crescente de pensionistas até ao limite de estar um trabalhador a suportar todos os pensionistas do país.
Se o sistema fosse gerido como um fundo de pensões, um trabalhador receberia a sua pensão para a qual tinha descontado e, contando com a mortalidade e a esperança média de vida, a sua reforma seria superior à soma de todos os descontos já contabilizando os rendimentos obtidos pelo fundo. Na pior das hipóteses, ou seja, se de um momento para outro deixassem de entrar novos trabalhadores, a sua reforma seria apenas a soma de todos os descontos e rendimentos.
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
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