quinta-feira, 28 de maio de 2009

Finalmente!



(...) os membros do Conselho Regulador concluem que é seu dever “instar a TVI a cumprir de forma mais rigorosa o dever de rigor e isenção jornalísticas, aqui se incluindo, nomeadamente, o dever de demarcar ‘claramente os factos da opinião’ (artigo 14.º, n.º 1, alínea a) do Estatuto do Jornalista)”.

Já temos algum fumo branco, finalmente! Penso que, depois do que escrevi aqui, aqui e aqui, não preciso dizer que penso que este "aviso" da ERC apenas peca por ser brando e tardio.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Não sei,

... mas tenho a impressão que, com as declarações recentes do primo do PM que afirma que usou sem autorização o nome do PM junto de Charles Smith, e com a polémica em torno de Lopes da Mota e as pressões aos procuradores, Sócrates lá se vai esquivando do caso Freeport...

Manuela Moura Guedes vs Marinho Pinto

Já deixei clara a minha opinião acerca da "jornalista" Manuela Moura Guedes (aqui e aqui, por exemplo). Por isso, talvez não consiga ser isento. Sim, Marinho Pinto é um pouco controverso, desmedido nas suas palavras. Mas isso não invalida o que disse no final da sua entrevista com Manuela Moura Guedes. Eu retiro apenas algumas frases, mas vale a pena ouvir tudo:

"Podia também fazer melhor jornalismo do que o que faz."

"Você não fez perguntas. Fez afirmações e condenações. Sumárias. Isso é o péssimo jornalismo que você faz."

"(...) a prevalecer-se da sua função e do poder que tem aqui e fazer julgamentos sumários das pessoas."

"É espectáculo degradante para a informação"

"É um jornalismo que envergonha, em Portugal, os verdadeiros jornalistas."

"O que você faz aqui é julgar pessoas, manipulando factos, truncando factos, truncando afirmações, (...)"

"O que você faz aqui é violar todos os dias, de forma sistemática, o seu código deontológico, que duvido que o conheça."

Por muito duro que pareça, eu não encontraria termos mais simpáticos para descrever o trabalho desta "jornalista" e (não na sua generalidade) o trabalho "jornalístico" da TVI.




Num estado livre, é fundamental que a imprensa seja isenta e não-sensacionalista. Pois é a imprensa que traz, traduz e sintetiza a informação para o cidadão.

P.S. Pode encontrar aqui a entrevista completa, que vale a pena ver.

Hilariante!

Peço desculpa ao Francisco Proença de Carvalho, mas de tão bom que é, tenho de lhe "roubar" este post:

  1. Vais ter relações sexuais? --> O governo dá um preservativo.
  2. Já tiveste? --> O governo dá a pílula do dia seguinte.
  3. Engravidaste? --> O governo dá o aborto.
  4. Tiveste filho? --> O governo dá o abono de família.
  5. Estás desempregado? --> O governo dá o subsídio de desemprego.
  6. És viciado e não gostas de trabalhar? --> O governo dá o Rendimento Mínimo Garantido.
  7. Cabulaste e não fizeste o 2º ou o 3º ciclo? --> O governo dá-to em 3 meses nas Novas Oportunidades.
Agora... Experimenta estudar, trabalhar, produzir e andar na linha para ver o que te acontece!!!! O governo dá-te uma bolsa de impostos para pagar as alíneas anteriores!!!!

sábado, 23 de maio de 2009

Uma Ordem! Uma verdadeira Ordem de Professores!

Acabei o meu último post com esta frase! E aqui quero apresentar aquilo que vejo como uma solução para a desordem que vai na Classe dos Professores.

Em primeiro lugar sinto a necessidade de ser criado (com ou sem Ordem) um Código Deontológico para os Professores. Um código que ao ser cumprido à risca me defenda de possíveis problemas com o Ministério da Educação, com a Escola onde lecciono, com os colegas de trabalho, com os pais, encarregados de educação, alunos ou funcionários! Um código onde estejam descritas as várias punições possíveis para os tipos de erros que eu possa cometer! Um código que me puna de forma rápida caso falhe em algum aspecto constante nesse mesmo Código. Um código que trate todos os professores por igual e não um Regulamento Interno por Escola ou o Bom ou Mau Senso de um Director! Um Código Deontológico que me equipare de forma administrativa a um agente de autoridade enquanto eu estou dentro do recinto escolar! E que caso não saiba gerir de forma correcta essa mesma autoridade, seja também punido como se de um agente se tratasse!
Nós não queremos um Estatuto que nos divida, queremos um Código que nos una!

O segundo ponto a ser criado era um órgão administrativo único para reduzir a burocracia ligada à profissão - a Ordem! Está visto que o Ministério da Educação não quer ter a tutela sobre muitas situações burocráticas que surgem na Escola, mas estas também não podem passar para a tutela das Câmaras pelas mais variadas razões! Aqui falo de um sem número de burocracias: gestão das Escolas, SASE, cantinas, concursos de professores, ... Para não me tornar maçador vou centrar-me apenas neste último: Não podem ser as Câmaras a contratar os professores uma vez que assim estaríamos a tornar todo o sistema susceptível do maior lobbie existente - o partidário! Assim, se o Patrão não quer assumir a contratação do pessoal (o que me parece um absurdo!), então porque não deixar a regulação dessa mesma contratação para os próprios professores, num órgão eleito por eles!

Em lugar das dezenas de Sindicatos e Associações de Professores, porque não reduzir a máquina burocrática a apenas uma Ordem com equipas disciplinares e delegações distritais com as pessoas mais competentes à frente? Assim, temos a certeza de falar a uma só voz nas negociações e na gestão e comunicação de conflitos, o que dará maior força aos professores, não para exercer poder, mas para terem autoridade!

Numa Ordem todos os profissionais têm o mesmo poder! A opinião e o voto de um professor com 3 anos de serviço têm o mesmo poder de um professor de 30 anos de serviço! Isto é que é verdadeiramente democrático e plural!

Numas eleições para a Ordem, discutem-se os vários problemas da Educação e na discussão com certeza surgirão alternativas e soluções para muitos desses problemas!

Uma Ordem de Professores tem um espaço enorme de intervenção e de interligação com pais, professores, as Delegações Regionais de Educação, o Ministério da Educação, as Escolas, os Directores das Escolas para resolver casos individuais (em lugar dos Sindicatos que apenas podem dar apoio jurídico num Processo Disciplinar ou Judicial).

E muito mais havia para dizer sobre uma Ordem de Professores, mas deixo isso para as vossas pedradas!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Ordem dos Professores ou Ordem para os Professores?

Somos muitos! Mais do que muitos... Seguramente mais do que as nossas mães!!
E um número tão elevado de profissionais (bons ou maus, isso é outra coisa...) precisa de uma Ordem! Também há aqueles que precisam de serem colocados na Ordem, mas o que existe neste momento é a desordem completa! É a verdadeira demonstração do ditado "Dividir para reinar", mas que eu actualizaria num "Dividir para desgovernar", senão vejamos:
  • Temos um Estatuto que nos divide hierarquicamente, onde o único ponto de divisão foi a idade e não a competência!
  • Não temos um Código Deontológico que nos defenda de problemas com outros agentes do Ensino ou nos puna quando cometemos erros.
  • Existem quase 30 sindicatos de professores, sem contar com as associações profissionais.
A situação é tão ridícula! Existe o Sindicato dos Professores da Zona Norte, do Centro, do Sul, da Madeira e dos Açores, depois há o Sindicato dos Professores Licenciados, dos Professores Licenciados por Universidades e Politécnicos... e por aí fora! Eu imagino que em breve devem fundar o Sindicato das Professoras Jeitosas, o das Menos Bonitas e o das Feias? Já que somos tão poucos homens, será que vão fundar o Sindicato dos Professores Masculinos? Ou então, como não sou sindicalizado, será que posso fundar o Sindicato dos Professores Não Sindicalizados? Ou como tenho vinte e tal professores na família, será que posso fundar um sindicato para proteger os meus familiares?
Cada sindicato tem a sua delegação distrital, devem ter muitas delegações de Concelhia e cada uma delas deve ter pelo menos uma pessoa lá destacada... Ora vejam a quantidade de gente que podia ir para dentro de uma sala pelo menos para ajudar a tomar conta da criançada!
  • Existe uma Plataforma Sindical que tem apenas dois objectivos.
A parte boa é que decidiram juntar-se numa Plataforma Sindical. Mas apenas para lutar contra a Avaliação e contra o Estatuto! Oxalá esses fossem os maiores problemas da Educação em Portugal! Outro problema da Plataforma é que fala de tudo e responde a tudo com a mesma frase... Sobre a Avaliação: "A culpa é da Ministra, que procura desvalorizar e ridicularizar os Professores na Opinião Pública". Sobre o Estatuto: "A culpa é da Ministra, que procura desvalorizar e ridicularizar os Professores na Opinião Pública." Sobre a cena do telemóvel: "A culpa é da Ministra, que procura desvalorizar e ridicularizar os Professores na Opinião Pública." Sobre a Professora do Sexo: "A culpa é da Ministra, que procura desvalorizar e ridicularizar os Professores na Opinião Pública." Mudem de discurso, se faz favor, porque apesar de ser verdade que ela tem culpa algumas coisas, um discurso tantas vezes repetido tem o efeito contrário e acaba por penitenciar a mulher!
  • Raros são os Sindicatos que nos resolvem os problemas!
Os Sindicatos não têm à sua frente a pessoa mais capaz... Dirijo-me a uma das delegações de concelhia e peço ajuda para resolver um problema! Levo logo a resposta de que não sabe, mas que vai saber! Tenho que dizer todas as possibilidades de resolução do problema que entretanto os meus colegas que passaram pelo mesmo já me deram! Fico a aguardar resposta durante uns tempos! Tenho que entrar novamente em contacto com o Sindicato! Entretanto resolvi o problema com mais um papel e no fim ainda sou convidado a tornar-me sócio do Sindicato!
  • Nas questões salariais e profissionais falamos a muitas vozes e algumas delas mais valia ficarem caladas!
  • Só sabemos reivindicar, tornando-nos parte do problema e não ajudamos à solução do mesmo.
  • A máquina burocrática é tão grande e tão lenta que quando temos um problema ele resolve-se apenas porque deixa de existir.
Solução para tudo isto? Uma Ordem! Uma verdadeira Ordem de Professores!

Um pedido...

Meu Deus!

Vi para aqui tanta coisa escrita que não me consigo conter... Não porque me tenha sentido lesado (muito pelo contrário), mas porque senti a minha profissão atacada! A profissão pode não ser tão nobre como era em mil e novecentos e troca o passo, mas daí a generalizar todos os professores na figura do Sr. Nogueira ou da Sra. Professora do Sexo vai uma grande distância!!! Nós não somos todos assim, os 150mil professores também pensam, têm opinião própria, cometem erros (como todos os profissionais), mas esforçam-se por gerar um bom ambiente de aprendizagem para os vossos (ou será nossos?) filhos!
Claro que dentro dos 150mil há bons e maus profissionais, mas nos bancários também há bons e maus profissionais, nos médicos, engenheiros e arquitectos, nos enfermeiros, varredores de rua ou mecânicos também os há! Problema?! São dois: a classe dos professores é e será sempre vista como a classe dos inimigos, uma vez que enquanto somos estudantes são apenas os professores que não nos permitem fazer aquilo que queremos. Assim, temos sempre um exemplo para afirmar contra os professores. O outro problema é que atravessamos uma fase em que especialista ou não, toda a gente sabe falar de educação, mesmo que nem o seu filho saiba educar! E digamos que numa conversa de café fica sempre bem falar mal do professor X ou Y, logo atrás de falar mal do árbitro A ou B...
Mas cá estou eu a fazer um mea culpa pela classe a que pertenço! Temos maus profissionais na classe e ainda não conseguimos lidar de forma correcta com este facto! Mas qual é a classe que o consegue fazer? Qual é a classe que pode garantir que todos os maus profissionais encontrados são expulsos ou então corrigidos de forma exemplar?
Com isto tudo quero apenas fazer um pedido... Moderem um pouco a forma como falam dos professores de uma forma geral. Se têm algo de mal para dizer, procurem falar de forma mais particular... Somos 150 mil (fora os que estão desempregados) e não somos todos maus!!

P.S.: Segue em breve a resposta ao Rui com um post dissertando sobre a (necessidade da) criação de uma Ordem dos Professores.

Belmiro de Azevedo, duro como sempre

In Público: "Estar empregado neste momento deve satisfazer toda a gente" , diz Belmiro de Azevedo

"(...) Na quinta-feira, o empresário havia já criticado os trabalhadores da Autoeuropa, considerando "estranho" que, "quando há tanta gente a querer qualquer emprego", não queiram trabalhar ao sábado.

(...)

Belmiro de Azevedo admitiu hoje que os trabalhadores não têm que "aceitar tudo", mas salientou que "também não podem manter reivindicações quando não há nada para reivindicar e ninguém para pagar".

(...)

"Se fechar a empresa o que é que vão fazer? Deve haver uma mudança no relacionamento entre sindicatos e empregadores. Há emprego onde for possível estar empregado, não há emprego para quem quer estar a passar os fins-de-semana com os pés na água", disse.

Segundo o "patrão" da Sonae, "nos países que têm uma relação com os trabalhadores muito mais transparente, agressiva e pró-desenvolvimento, as pessoas mexem-se mais depressa e a economia começa a trabalhar mais depressa".

"Nos países como Portugal e os nórdicos, onde as pessoas têm um discurso muito concentrado nos direitos adquiridos, qualquer dia estão agarradas a um caco muito pequenino no meio do mar e vão ao fundo com o caco", alertou."

Declarações ao estilo usual de Belmiro de Azevedo, do alto da sua posição dominante. Duro, sem papas na língua, insensível até. Bem, é o "tio" Belmiro.

Mas em alguns ponto vai ao encontro do que aqui e aqui discutimos. Enfim, urge uma reforma brutal na relação entre os empregados e os empregadores. Mas essa mudança tem de vir dos dois lados, caro Belmiro!

Para reanimar a economia?




Uma medida muito pertinente no actual estado de crise. Com esta proposta, pretende-se reanimar o sector das vendas das Casal2.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Maçonaria entra na espionagem

Ou melhor, assume que entra... Segundo o Diário de Notícias, "a obediência maçónica Grande Oriente Lusitano (GOL) pretende criar uma estrutura própria de serviços secretos, que designa por núcleo interno de intelligence".

Eu confesso que a existência aberta de associações maçónicas sempre me fez alguma confusão, sobretudo estando em pleno século XXI. Assusta-me até, mas como muitos o dizem, "faz parte do jogo". Talvez, mas não estará na hora de terminar o jogo? Ah, espera lá, o arbitro é provavelmente maçónico... Ok, faz parte do jogo.

Mas agora criar um serviço de espionagem... Penso que é demasiado. Será legal? Talvez não. Não importa: os seus tentáculos chegarão onde for necessário para contornar a questão.

Sem soluções

O que se pode ler aqui é um claro sinal da falta de ideias e soluções para atacar a "crise". Citando o João Miranda do Blasfémias,

"O partido do governo a defender incentivos à importação de automóveis (que por vezes apareciam disfarçados de medidas ambientais). A oposição a defender que os incentivo defendidos pelo governo não chegam para revitalizar o comércio automóvel. Num ano de crise profunda, os nossos deputados entretêm-se a discutir a melhor forma de estimular a indústria automóvel alemã."

É preocupante este estado dos nossos líderes. É demasiado ridículo... Nem governo nem oposição sabem o que raio fazer para combater a crise. É uma idiotice completa!

Eu cá tenho uma pequena sugestão. Para superar esta crise, precisamos de um aumento no consumo, que funciona como um choque eléctrico no coração de uma economia moribunda. Para isso, é necessário combater o desemprego. E, dado que a grande fatia do emprego em Portugal se encontra nas micro e pequenas empresas, porque não investir nestas, dar-lhes o devido apoio (sim, em dinheiro!), pagar-lhes a tempo e horas o que lhes é devido, e sobretudo mudar por completo as regras de pagamento do IVA (por exemplo, como sugerido pelo André aqui).

Agora, tentar salvar Quimondas quando no mesmo distrito mais de 4000 micro empresas fecharam recentemente (o que implica pelo menos 4000 desempregados, muito mais do que todos os funcionários da Quimonda), tentar reanimar a industria automóvel, isso são medidas pouco corajosas. Pior: são medidas pouco eficazes.

Ora diga lá outra vez


Mário Nogueira:
"A sra. ministra tem um problema, o seu discurso estagnou. O discurso que hoje ouvimos quatro anos após a legislatura em relação aos problemas da educação, da sociedade, dos professores e da escola pública não teve mudanças, parece uma cassete."
(...)
dá sempre os mesmos exemplos, não se notando nenhuma evolução ou progressão no seu discurso."

Como é que é? Será que se equivocou e trocou "sra. ministra" por "Fenprof" nas suas declarações, caro "Professor" Mário?

AutoEuropa e os sindicatos

Mais uma vez, não há nenhum tipo de dedicação e sacrifício por parte dos trabalhadores para ajudar a salvar a empresa. Os sindicatos, mais uma vez, estão a conseguir fazer o que não queriam: levar aquela gente toda para o desemprego. A empresa faz uma proposta viável - as semanas de trabalho terem apenas quatro dias de laboração em alturas de quebra ou passarem a seis dias, em picos de produção, com os sábados pagos como um dia normal - mas os trabalhadores agarram-se aos seus direitos e não sacrificam nada para tentar salvar o seu posto de trabalho.

Como aqui escrevi, é um cliché dizê-lo, mas aqui aplica-se como uma luva: o trabalhador deve entender que, ao dar o máximo de si para enriquecer o negócio do seu patrão, está ele próprio a criar uma base sólida para o seu futuro. O patrão deve também entender que, ao proporcionar melhores condições ao seu funcionário, está a investir na capacidade produtiva dos seus trabalhadores, o que leva a um crescimento do seu negócio.

Já há algum tempo sinto que o papel dos sindicatos se encontra deturpado e que, em variadíssimas situações, tem sido prejudicial para os próprios trabalhadores. É preciso dizê-lo com frontalidade: muitos dos sindicatos são um cancro para muitas empresas e, consequentemente, para os seus trabalhadores.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

"A Europa é Vital"


Agora entendo a escolha de Vital Moreira como candidato do PS às europeias: permite um excelente slogan!

"Sistema obriga a história a repetir-se"

In "O Benfica":

"Erros estratégicos das arbitragens contra o Benfica e a "protegida" consistência que o Sporting revela no último terço da Liga têm sido determinantes para o posicionamento final das duas equipas.
(...)
Para que conste: desde 1999, apenas em três épocas o Benfica conseguiu classificar-se à frente do Sporting. É a consequência prática da aliança tácita entre Sporting e FC Porto para afastar o Benfica da possibilidade de lutar pela Liga dos Campeões."

E que tal abrir os olhos? E que tal olhar primeiro para dentro antes de vociferar contra tudo o que está de fora?

São exactamente este tipo de "visões iluminadas" que destroem o futebol em Portugal.

Ora, eu como portista doente que sou, deveria ficar feliz pelo estado actual do Benfica e dos demais adversários do FCP. Mas a verdade é que fico triste, desanimado. Precisamos de futebol competitivo, precisamos de elevar o futebol português a um nível superior. E, para isso, precisamos de um Benfica, de um Sporting, de um Braga, de um Trofense, de um SC Espinho, etc, mais fortes! Só assim chegaremos ao topo!

Sinto saudades dos anos em que tínhamos uma liga competitiva, com derbis disputados com garra, entusiasmo e amor ao clube e à modalidade!

Bem, deixemos o saudosismo: recomendo a seguinte leitura: "Análise: Benfica ainda se comporta como um «grande»?"

Surreal


Gostava de ser um iluminado e ter algo de inteligente para dizer. Mas depois de ouvir várias vezes as palavras da professora, torna-se um pouco difícil acrescentar alguma coisa.

P.S. Acho estranho que o Mário Nogueira ainda não se tenha pronunciado sobre este caso. Estará à espera que o caso esfrie para depois usá-lo como exemplo das graves consequências da reforma no sistema de ensino e da pressão imposta pelo Ministério? ;-)

terça-feira, 19 de maio de 2009

Será que faz sentido? (III)

As crianças do 4º e 6º anos fizeram ontem e fazem amanhã provas de aferição nacionais, de Português e Matemática, cerca de um mês antes do final do período (!). São provas sem qualquer carácter vinculativo para os alunos. E, sendo assim, não podem igualmente ter qualquer carácter vinculativo seja para quem for, professores, escolas e sistema de ensino. Ou será que esta implicação não é evidente?

Então se é evidente, alguém me consegue explicar qual o sentido de tais provas? O que se pretende aferir? Que conclusões se pretendem tirar dessa dita aferição?

Será que faz sentido? (II)

Imagine que tem uma empresa. Arranja clientes, presta serviços, factura e recebe daí a meses. Entretanto, tem de pagar IVA do que facturou (20%), mesmo que ainda não tenha recebido, e terá que pagar IRC dos seus lucros (25%), mesmo que ainda não tenha recebido. E se tiver fornecedores, pior, porque ainda mais tem de pagar face ao que ainda não recebeu. Mas isto tem algum sentido? É fácil perceber que isto cria um efeito dominó que só tem um desfecho: a falência em cadeia. Mas será que os economistas não vêm isto? Como é que queremos captar investimento externo, onde será que este modelo de impostos é apelativo para alguém?

Os empregadores retêm na fonte o IRS dos seus empregados consoante uma previsão do que vão pagar de impostos. Porque razão, então, o IVA não é retido na fonte, i.e. se eu vou receber X da entidade Acme e pago X*0.2 de IVA, porque é que a Acme não paga essa quantia directamente às finanças e mais tarde me paga apenas X*0.8?

Será que faz sentido? (I)

A nossa marinha de guerra tem mais uma fragata com capacidade de combate anti-submarina, anti-aérea e anti-superfície. Para quê? Quais são as ameaças reais que se reduzem com tal equipamento? Será que tendo em conta os nossos reduzidos meios financeiros se justifica tal investimento?

Temos uma das maiores ZEE da UE, se não a maior. Precisamos de meios de apoio ao estudo oceanográfico, de meios de protecção contra a poluição das águas, de meios de combate à pesca ilegal nas nossas águas, de meios de combate ao contrabando e tráfico de droga nas nossas costas, de meios rápidos de socorro aos nossos barcos de pesca e recreio, de meios rápidos de socorro aos banhistas, ... e compramos uma fragata! E porque não um porta-aviões?

Ah! e vem lá mais outra! Será que não há duas sem três?

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Uniformes

Nesta altura de crise nacional, onde se deveriam diminuir as importações sem entrar em medidas proteccionistas, há uma medida simples que poderia ter vários benefícios para os orçamentos familiares e para a industria nacional: uniformes escolares.

Não estou a brincar. Por circunstâncias que não vêm ao caso, as minhas filhas sempre frequentaram colégios onde existia um uniforme. Um uniforme completo, incluindo saias, camisas, casacos, parcas, pólos, calções, t-shirts, parcas, batas, etc. E, devo dizer-vos, é algo que muito me agrada. Em primeiro lugar, não há sequer lugar a discussões sobre o que vestir e não há modas, pois não há alternativa (bom, com raparigas há sempre, quanto mais não seja a guerra dos collants vs. meias). Em segundo lugar, o investimento inicial pode ser grande mas depois amortiza-se ao longo de anos, o que não acontece com roupa de moda. Em terceiro lugar, as crianças não se distinguem pelas modas, o que é o mesmo que dizer que não se distinguem pela marca das roupas (sim, eu sei que ainda há os relógios, e os telemóveis, e as mochilas, e os sapatos/sapatilhas, e os adereços, etc., mas sempre é menos um pouco). Em quarto lugar, cria um espírito de corpo transversal a outros rótulos (punk, betinho, dread, etc.) que os atenua. Finalmente, contribui para a industria nacional em detrimento do trabalho escravo algures, porque os volumes de uniformes não justificam a importação massiva e, dessa forma, potenciam a micro e pequena industria nacional, mais próxima.

Será que não faria sentido usar esta aproximação em todos os estabelecimentos de ensino até, digamos, ao 12º ano? Eu sei que alguns dirão que isso contribuiria para diminuir a criatividade das crianças :-) mas será que elas, nesse aspecto, são mesmo criativas? ou seguem estereótipos impostos por grupos de pessoas afins? Será que no Reino Unido, onde se usam muito os uniformes, eles têm um deficit assim tão relevante de criatividade por terem usado uniforme? Não creio.