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quinta-feira, 21 de maio de 2009

Ora diga lá outra vez


Mário Nogueira:
"A sra. ministra tem um problema, o seu discurso estagnou. O discurso que hoje ouvimos quatro anos após a legislatura em relação aos problemas da educação, da sociedade, dos professores e da escola pública não teve mudanças, parece uma cassete."
(...)
dá sempre os mesmos exemplos, não se notando nenhuma evolução ou progressão no seu discurso."

Como é que é? Será que se equivocou e trocou "sra. ministra" por "Fenprof" nas suas declarações, caro "Professor" Mário?

terça-feira, 12 de maio de 2009

O maior problema do sistema de ensino...


...é o ilustrado neste cartoon. Com os pais a trabalhar (verdadeiramente) em conjunto com a escola e professores, muitos dos problemas actuais nem sequer existiriam.

Será que é o descarregar de frustrações da infância? Talvez. É sobretudo consequência de um dos maiores cancros da nossa sociedade: a incapacidade para distinguir entre anarquia e democracia (algo que já tinha sido abordado nesta discussão).

O 25 de Abril trouxe-nos de facto liberdade e um sistema democrático. Ora liberdade não significa anarquia. Em democracia, tanto existem direitos como deveres, e nenhum deve sobrepor-se ao outro. Esse é para mim o ponto de separação entre a anarquia e a democracia: a existência de deveres, de obrigações morais, de compromissos com a sociedade.

A verdade é que estamos cada vez mais próximos de um sistema anárquico...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

A luta continua... cada vez mais desgastada

O tema da reforma na educação é demasiado complexo, demasiado polémico para ser discutido num post apenas. Não querendo tomar partido (porque penso que não se deveria tratar de uma guerra, mas sim de uma conjugação de esforços para melhorar o ensino em Portugal), tenho de confessar que cada vez mais sinto que o Mário Nogueira não é, nem de perto nem de longe, um bom representante para os professores. De facto, penso que este senhor tem vindo a desgastar a imagem desta classe profissional junto da opinião pública, ao transformar tudo isto numa guerrinha que, em certos pontos, toca o amuo. E sem a opinião pública do seu lado, será muito difícil atingirem os seus objectivos (em particular, no caso do Mário Nogueira, retirar a Maria de Lurdes Rodrigues de cena).

Tomemos as recentes declarações do Mário Nogueira (aqui):

"Quando esta revisão pretendia acabar com a divisão da carreira docente em categorias hierarquizadas, o ministério vem reforçar a existência dessas categorias."

Todos os professores têm a mesma qualidade e competência? Não me parece. Daí que me parece mais do que natural hierarquizar a classe, de forma a premiar qualidade e empenho, o que não acontecia até agora. Sou da opinião que é exactamente a não existência desta hierarquização competitiva da classe que fomenta a acomodação aos privilégios e consequente diminuição de qualidade. É preciso premiar (e de forma inequívoca) os professores que dignificam a classe e penalizar aqueles que são a razão de tantos portugueses verem a profissão de professor como um "tacho".

"Quando se pretendia que o ingresso na carreira dependesse da formação de professores e não de uma mera prova que se realiza em hora e meia e que decide a vida de um jovem, o ME vem reforçar a existência dessa prova"

Usando palavras do próprio Mário Nogueira, isto é "pura demagogia". A prova não elimina o mérito exibido pelo professor durante a sua formação. Apenas pretende verificar se este tem competências cientificas para exercer a profissão. Diria um demagogo que a sua formação no ensino superior já atesta essas competências, mas todos nós sabemos (ou deveríamos saber) que isso não é verdade. Infelizmente, na altura das vacas gordas (i.e. quando a escassez de professores era considerável) a "torneira" abriu e entraram no sistema muitos "professores" sem capacidades nem formação para exercer a profissão. Mais: essa oportunidade de mercado levou a que várias instituições privadas criassem cursos na área de educação, cursos esses que deixavam (será que deixaram de deixar?) muito a desejar em termos de qualidade científica. Seria notável ver o sindicato reconhecer que um escalonamento dos professores feito com base na média de licenciatura é extremamente injusto, dada a disparidade verificada no grau de exigência de diferentes instituições de ensino superior.

No fundo, o que me faz imensa confusão é ver tantas medidas que trazem mais dignidade à profissão e que motivam uma cultura de excelência, premiando quem de facto se revela merecedor, serem rejeitadas pelos sindicatos, usando a capa da "luta". Diria de amuo! Para quem tanto criticou o facto de o topo da carreira estar limitado a alguns, agora que o ministério se mostrava disponível a negociar esse ponto, dizer que "Isso é pura demagogia"...

Existem de facto imensos pontos onde as propostas do ministério não são as mais adequadas, mas a abordagem que a Fenprof (particularmente o seu secretário geral) tem vindo a tomar contribui para uma perda de credibilidade perante a opinião pública e, consequentemente, perda de força.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Noticias de hoje

«O Bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, afirmou...que respeita o divórcio como última solução para os casos de violência doméstica. (...)
Alheio à polémica que provocou ao defender o uso de preservativo por portadores do vírus da sida, como forma de travar a progressão da doença, o Bispo de Viseu voltou a surpreender.» in JN, 01-04-2009
É bom saber que, finalmente, dentro da Igreja começam a haver vozes sensatas que se fazem ouvir! Vamos ver se essas vozes conseguem aguentar a pressão e continuar a manifestar-se ou se vão ser caladas...
«O primeiro-ministro, José Sócrates, elogiou hoje o trabalho da ministra da Educação, considerando que Maria de Lurdes Rodrigues "fez bem em nunca ceder" apesar das dificuldades e obstáculos que encontrou. (...)
...apontando a polémica sobre as aulas de substituição (...) como um exemplo de uma matéria em que a Ministra da Educação fez bem em não desistir.»
Ninguém nega que as reformas na educação - tal como noutras áreas - era necessária. Agora, convenhamos, impor uma reforma que é contestada por todos, nomeadamente pelas pessoas entendidas na matéria, não me parece que seja de louvar! Pelo contrário. Todos sabemos onde nos levou a ideia de que os governantes é que sabem o que é melhor para o povo (para os súbditos)...
Sou totalmente a favor da avaliação dos professores - e de todos os funcionários públicos. Mas uma avaliação rigorosa, com pés e cabeça, e não uma avaliação pautada por objectivos como diminuir os custos com salários dos professores (pela progressão na carreira) e passar os meninos a todo o custo, mesmo que não saibam nada.
E já agora... para que servem as aulas de substituição? Segundo o que me diz a minha irmã, normalmente é para estarem no paleio ou ouvirem música! Não percebeo. Eu ainda sou do tempo em que quando o professor faltava era uma alegria, tinhamos uma hora inteira para fazer o que nos apetecia, estar no paleio com os amigos, jogar cartas ou pingue-pongue, estar sentada no jardim da escola sem fazer nada. Não foi por não ter aulas de substituição que aprendi menos que os meninos aprendem agora. Acho que cada vez os alunos passam mais tempo na escola para aprenderem e conviverem menos... Posso estar errada - eu nem sequer sou da área da educação - mas... é o que me parece.