Numa resposta minha a uma mensagem anterior comentei que o perdão de 50% da dívida à Grécia era o pior que lhe podiam fazer. E não deixa de ser curioso que “os mercados” se alegrassem todos com essa notícia, o que indiciava que deveria haver um conjunto de contrapartidas interessantes para os que, aparentemente, ficavam sem metade do que tinham emprestado. E eis que a Grécia, a pátria da democracia, resolve invocar os princípios democráticos mais elementares e vai referendar a “proposta generosa” da Troika. E como os Gregos não são parvos, e os analistas de mercado também não, é certinho que os Gregos vão votar contra e os “mercados” vão perder o que quer que seja de fantástico que estavam a antecipar nos escombros da Grécia (talvez umas ilhas…). Só isso justifica o enorme pânico que criou a notícia do referendo.
Não deixa de ser revoltante constatar que diversos líderes de países inequivocamente democráticos da Europa subitamente acham que, para os Gregos, a democracia é um problema e não deveria ser usada. Como disse Churchill, “Democracy is the worst form of government, except for all those other forms that have been tried from time to time.”. É perfeitamente legítimo que os Gregos escolham o caminho que querem trilhar. E se esse caminho for o do incumprimento, o da saída do Euro e o da saída da União Europeia, seja. Mas não lhes digam que não podem ouvir o povo e que tudo tem de ser imposto pelos credores, ou por terceiros que falam em nome dos credores.
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Atire a sua pedra, vá!